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Na próxima semana

Onda de frio intensa chega ao Sul, mas presença de neve e “geada negra” não são consenso

Última semana de julho terá temperaturas baixas na região Sul, e no Paraná. Há possibilidade neve e geada.
Última semana de julho terá temperaturas baixas na região Sul, e no Paraná. Há possibilidade neve e geada. (Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)

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Uma massa de ar polar de grande intensidade está chegando ao Brasil na última semana de julho, segundo alerta o site de informação meteorológica MetSul Meteorologia. Além de temperaturas mais baixas do que em comparação com as de junho e de meados de julho, o evento tem potencial para ser uma das ondas de frio "mais intensa do século" no país, segundo o instituto.

A estimativa prevê que o ar polar ingresse na região Sul entre terça (27) e quarta-feira (28), e as temperaturas no nível de pressão de 850hPa (valor da pressão atmosférica que equivale a 1.500 metros de altitude) podem ficar entre -5 graus Celsius e -6 graus Celsius. "Para se ter ideia do que isso representa, somente ondas de muito frio intensas atingem valores tão baixos e que raramente são observados. As ondas de frio intensas de julho de 2000 e de julho de 2007, por exemplo, tiveram valores nestes patamares", de acordo com o comunicado.

O site de informação meteorológica calcula ainda que serão vários dias consecutivos com uma temperatura média diária "excepcionalmente baixa". "O período de quarta até o sábado da próxima semana deve ser o mais gelado com máximas bastante baixas no período da tarde."

Pode ainda haver a precipitação de neve e, em algumas regiões, geada. O site alerta também para a possibilidade de ocorrência da chamada "geada negra". "Não é a forma tradicional de geada que branqueia paisagens e cobre de gelo automóveis e telhados. Trata-se de um fenômeno em que se dá a morte de vegetais por congelamento", destaca o site.

Em 1975, uma geada semelhante atingiu o Paraná, especialmente a região Norte, queimando praticamente todas as plantações de café. O estado, na época, era o maior produtor no país e toda a história contemporânea do Paraná reflete os impactos causados pelo evento meteorológico.

"Como se trata de um evento que vai se estender para daqui a 7 ou 8 dias, as projeções de geada hoje são preliminares e o cenário não é definitivo", reforça o site.

Fenômenos mais extremos não estão confirmados

Apesar de haver a possibilidade de fenômenos invernais, como a neve e chuva congelada, o meteorologista Lizandro Jacóbsen, do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), explica que ainda é muito cedo para confirmar estes eventos para a próxima semana no estado.

"É preciso esperar 24 a 48 horas para [confirmar] esses fenômenos de precipitação invernal, como a neve e a chuva congelada. Esses fenômenos mais extremos precisam de um monitoramento, porque existem vários modelos simuladores que se ajustam e geram duas rodadas por dia", explica Jacóbsen, que exemplifica: "Dois dias atrás, Curitiba tinha a previsão de -3 graus Celsius para quinta ou sexta-feira da próxima semana. Hoje, a previsão é de -1 grau Celsius. Então os valores já atenuaram, e é preciso aguardar."

O especialista reforça que, embora esteja previsto um resfriamento intenso neste fim de julho, poderá ser igual ou um pouco mais rigoroso do que as ondas de frio que o estado passou neste ano. "Existe a possibilidade, que por enquanto é baixa, mas estamos acompanhando. Talvez na segunda (26) ou, mais certo, na terça-feira (27) vamos ter uma posição mais concreta", exemplifica o meteorologista.

Sobre este ser o pior resfriamento do "século", Jacóbsen é cauteloso. "O que temos hoje é: será um resfriamento intenso, e pode ser o mais gelado do ano de 2021 e, consequentemente, o mais gelado dos últimos anos, porque tivemos invernos bem fracos nos últimos. Mas até que ponto vai chegar? Isso poderemos definir melhor entre segunda e terça-feira", explica.

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