O ainda ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, considerou a operação da Polícia Federal desencadeada nesta quinta (25) contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) como de “altíssima importância”. Ele comentou sobre a investigação após uma cerimônia em Brasília em que foi homenageado por entidades da segurança pública.
Ramagem foi alvo de mandados de busca e apreensão suspeito de participar de um suposto esquema de espionagem de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sem autorização judicial na maior parte do tempo em que ocupou o cargo de diretor-geral do órgão. Ele comandou a agência durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Flávio Dino usou de eufemismos para se referir à investigação conduzida pela PF, de que “o Brasil vive a plenitude democrática e por isso mesmo não pode ser banalizada uma invasão de privacidade, uma espionagem política como se fosse algo próprio da política”.
“Não, não é. A política não abrange o uso de ilegalidades dessa natureza. E mais, lembro, nós temos relações sociais, empresariais que podem também ter sido atingidas por esses mecanismos. Sem dúvidas, me parece uma investigação de altíssima importância”, comentou.
Dino também afirmou que a investigação “ainda vai ter novidades hoje”, mas sem explicar exatamente quais. Pouco depois da fala, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o sigilo do relatório que autorizou a operação.
O ministro ressaltou que a Constituição determina instrumentos para se preservar o direito fundamental à privacidade – que teriam sido contrariados pelos procedimentos adotados no suposto esquema.
“Um deles é que haja um procedimento legal. Então, ninguém, absolutamente ninguém, de qualquer que seja a instituição, tem o apoio normativo ou jurídico para escolher arbitrariamente quem vai ser analisado e ter a sua privacidade invadida”, completou o ministro.
Flávio Dino está prestes a deixar o ministério para assumir uma cadeira no STF, na vaga aberta após a aposentadoria da ministra Rosa Weber. Ele será substituído na pasta por Ricardo Lewandowski, que toma posse no dia 1º de fevereiro.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião