Fracassou a primeira tentativa dentre os partidos de oposição para cerrar fileiras em torno de um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, assinado por juristas, intelectuais e entidades representativas da sociedade civil, a exemplo do que aconteceu no processo contra Dilma Roussef.
A ideia havia sido lançada pelo PSOL horas depois do pedido de demissão do ministro Sergio Moro, em que ele acusou o presidente da República de interferir politicamente no trabalho da Polícia Federal (PF). Cada partido ficou de levar a proposta para discussões internas. A decisão deveria acontecer na reunião dos presidentes dos partidos, ainda na sexta-feira, mas PDT e PSB sequer participaram da conversa, o PT tirou o pé do acelerador e o PCdoB também.
Parlamentares e dirigentes de PDT, PSB e Rede entraram cada um com o seu próprio pedido. Uma parte da bancada do PSOL já havia feito o mesmo semanas atrás.
O PCdoB ainda tentou articular uma ação conjunta, mas também fracassou. Não houve unidade nem sequer para a redação de uma nota conjunta.
"O PSOL apoia todas as formas constitucionais para afastar Bolsonaro, inclusive o impeachment. Passamos o dia buscando costurar um pedido amplo, envolvendo entidades e partidos. Mas, infelizmente, alguns partidos preferiram a inação", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
Por ora, ao disputarem protagonismo no pedido de impeachment, os partidos de oposição seguem agindo desarticuladamente e por conta própria. O pé no freio do Partido dos Trabalhadores quanto ao pedido de impeachment foi resultado de orientação direta do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Justamente ele que, um mês antes, havia dito que “ou Bolsonaro renuncia ou se faz o impeachment dele”, após Bolsonaro ter feito pronunciamento em TV pedindo o fim do isolamento social por causa da pandemia da Covid-19.
Críticas a ambos
Em reunião com a presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann, o ex-presidenciável Fernando Haddad, o ex-ministro Aloisio Mercadante e os líderes das bancadas na Câmara e no Senado, Lula orientou o partido a ter cautela diante das revelações de Moro. Na reunião da executiva nacional do partido e outras lideranças, ficou decidido que a legenda não entraria isoladamente com um pedido de impeachment. Por outro lado, os petistas não vão se opor à ação e, caso a Câmara abra o processo, vão votar em bloco contra Bolsonaro.
O PT vem dividindo o foco das críticas entre Bolsonaro e Moro, responsável pela sentença que levou o petista a passar um ano e meio preso em Curitiba, no processo do triplex do Guarujá, em que Lula foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
Moraes enfrenta dilema com convite de Trump a Bolsonaro, e enrolação pode ser recurso
Carta sobre inflação é mau começo para Galípolo no BC
Como obsessão woke e negligência contribuíram para que o fogo se alastrasse na Califórnia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF