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Dois anos do 8/1

Oposição vê cerimônia de Lula como “cortina de fumaça” para crises do governo

Lula
Deputados e senadores citam dólar alto, inflação, juros elevados e relação com a Venezuela como crises encobertas pela "cortina" (Foto: André Borges/EFE)

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A cerimônia em memória dos dois anos dos atos de 8 de janeiro de 2023, que será comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta (8), é vista pela oposição como uma “cortina de fumaça” para tirar a atenção dos problemas econômicos vividos pelo país.

A disparada do dólar, a inflação alta e os juros elevados são vistos como os principais fatos que o governo quer encobrir, além dos acenos que Lula fez à Venezuela ao longo dos dois primeiros anos de governo. Agora, enviará um representante à posse de Nicolás Maduro após uma eleição com fortes indícios de fraude.

“O governo segue tentando fazer cortinas de fumaças sobre o desastre que tem sido essa administração. Inflação alta, juros explodindo, dólar num patamar nunca antes visto, preço dos alimentos cada vez mais altos, e tudo o que esse governo sabe fazer é reviver diariamente o 8 de janeiro e alimentar essa narrativa de golpe, uma ditadura imaginária”, dispara o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) em entrevista à Folha de S. Paulo.

Opinião semelhante à do correligionário Rogério Marinho (PL-RJ), senador líder da oposição, que criticou a alusão de Lula à defesa da democracia mesmo flertando com Maduro.

“O presidente que fala de democracia inabalada é o mesmo que defende democracia relativa da Venezuela. Dois dias depois do circo da praça dos Três Poderes, o Brasil estará representado oficialmente no estupro da democracia da Venezuela”, pontuou.

Ele ainda lembrou que, em 2006, cerca de 400 manifestantes do Movimento de Liberação dos Sem Terra (MLST), uma dissidência do MST, invadiram a Câmara dos Deputados e deixaram pessoas feridas. Para o senador, o episódio – ocorrido no primeiro mandato de Lula – não teve a mesma “ameaça à democracia” como teve o 8 de janeiro de 2023.

“Atualmente, quem discorda do governo ou questiona os abusos do Judiciário enfrenta prisão, perseguição e silenciamento, com a aplicação da lei de forma seletiva. A democracia, sob a tutela daqueles que detêm o poder momentaneamente, tornou-se relativa nas mãos de um governo que abraça ditadores e normaliza a corrupção”, ressaltou.

A “cortina de fumaça” à crise da economia é citada também pelo senador Sergio Moro (União-PR) que, embora faça parte de um partido da base, faz oposição ao governo. Para ele, o presidente faz um “uso político-partidário” do 8 de janeiro e “é tudo o que o governo Lula tem a oferecer após dois anos”.

“Não vai compensar o câmbio estourado, os juros elevados, a inflação crescente, a deterioração do estado de direito e o enfraquecimento da reputação internacional do país”, disse.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), classificou a cerimônia de Lula como um “palanque” em que o governo insiste no erro.

“Democracia forte é abalada com dólar a mais de R$ 6,20, gasolina a R$ 6,50, picanha cada vez mais longe do prato dos brasileiros, rombo fiscal que destrói o valor das empresas e destrói empregos, juros nas alturas”, disparou.

Para ele, a celebração a favor da democracia deveria ser realizada no dia 10 de janeiro para “condenar a posse do ilegítimo e ditador Nicolás Maduro”. “O governo brasileiro se cala, se omite, ao contrário de dezenas de democracias ao redor do mundo”, emendou.

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