Em meio ao recorde de queimadas das últimas décadas, a deputada federal Júlia Zanatta (PL/SC) solicitou formalmente à Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esclarecimentos sobre a destinação de R$ 315 milhões a organizações não-governamentais (ONGs). O requerimento de informações, protocolado na Câmara dos Deputados, busca entender os critérios e a transparência no uso desses recursos, que superam, segundo o documento, “mais de duas vezes os valores destinados a órgãos como Ibama e Funai”.
A parlamentar questiona a eficácia do direcionamento de verbas em um momento crítico de queimadas no país, particularmente na Amazônia, Cerrado e Pantanal. Diante da gravidade da situação, ela indaga por que parte desses recursos não foi direcionada ao fortalecimento das brigadas de combate a incêndios e ao apoio direto aos corpos de bombeiros.
”A magnitude dos incêndios que assolam o país levantam questionamentos a respeito de qual é a prioridade do Ministério”, aponta a deputa no documento.
Entre os pontos mais preocupantes destacados por Júlia Zanatta, está o fato de algumas ONGs beneficiadas estarem sob investigação na CPI das ONGs, gerando dúvidas sobre o uso adequado desses montantes.
O pedido da deputada tem como base, algumas notícias que foram divulgadas pelo jornalista Cláudio Humberto, mostrando que a pasta de Marina Silva destinou R$ 315 milhões às ONGs neste ano.
"O governo tem garantias de que esses recursos serão usados de forma lícita e eficaz? Quais os resultados concretos que essas ONGs estão trazendo para a preservação ambiental?", pergunta a deputada em seu requerimento.
A parlamentar também aponta o contraste entre os recursos destinados a ONGs e a redução de verbas para órgãos tradicionais de fiscalização ambiental, levantando questões sobre as prioridades do Ministério do Meio Ambiente.
Júlia Zanatta demanda que o governo explique os mecanismos de controle implementados para assegurar a correta aplicação dos recursos públicos e que haja maior transparência sobre os resultados concretos obtidos pelas ONGs no combate à crise ambiental.
Essa cobrança de explicações ocorre em um cenário de intenso escrutínio sobre as políticas ambientais do governo, em um contexto de destruição recorde de florestas e áreas de preservação, enquanto a população se pergunta se as ações do governo estão de fato voltadas à resolução dos problemas ambientais urgentes.
De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta terça-feira (1), o Brasil fechou o mês de setembro com 83.157 focos de incêndio.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião