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Operação contra Jordy

Oposição cobra ofensiva de Lira e Pacheco contra excessos do STF

Parlamentares da oposição se reúnem em apoio ao deputado Carlos Jordy, nesta quarta-feira (24). (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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Parlamentares da oposição se reuniram nesta quarta-feira (24), na Câmara dos Deputados, para definir ações contra excessos do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos inquéritos que investigam políticos com foro privilegiado. A reunião ocorre uma semana depois da Operação Lesa Pátria, autorizada pelo Supremo, que mirou o líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ).

Durante coletiva de imprensa, eles repudiaram a "abusiva busca e apreensão" da PF na casa de Jordy e cobraram uma ofensiva dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) contra o STF. Ambos não se posicionaram após a operação contra o líder da oposição.

"Estamos aqui contra os abusos de autoridade e o desrespeito flagrante à Constituição. Entendemos que a operação da PF foi uma agressão não somente ao Jordy, mas uma agressão à oposição e a todo Parlamento. A democracia está sangrando no Brasil. As acusações contra Jordy não se sustentam", disse Marcel van Hattem (Novo-RS).

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), cobrou equilíbrio entre os Poderes. “É muito grave o que está acontecendo. Vamos definir uma pauta institucional no sentido de preservar e fortalecer prerrogativas no parlamento brasileiro. Há uma evidente hipertrofia de um poder sobre o Legislativo. Queremos tratar sobre as prerrogativas e o equilíbrio necessários aos poderes da República”, afirmou.

O presidente Lira foi convidado para participar da reunião com a oposição, mas não compareceu por estar em uma viagem no exterior. Na coletiva, o vice-presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), criticou o desequilíbrio entre os poderes e cobrou "ordem democrática para que o Congresso não seja desrespeitado por outro poder”.

“É lamentável o acontecido. Buscaremos os demais líderes, de oposição e situação, para exigir respeito aos deputados, a seus ambientes e a suas dependências. Tenho certeza de que o episódio [cumprimento de mandado contra Carlos Jordy] encerrará essa situação e colocaremos limite a tudo o que está acontecendo, principalmente com ajuda dos presidentes Lira e Pacheco, que não faltarão com o Congresso Nacional”, disse Sóstenes.

Uma das prioridades da oposição é a instalação da CPI do Abuso de Autoridade para investigar excessos praticados por ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número necessário de assinaturas para abertura da CPI foi alcançado no final do ano passado, quando o pedido foi protocolado junto à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, mas a instalação da CPI ainda não ocorreu.

Jordy segue na liderança da oposição

Além de definir novas estratégias da oposição na legislatura deste ano, os parlamentares anunciaram que Carlos Jordy será reconduzido ao cargo de líder da oposição. O anúncio foi feito durante a coletiva, após o deputado Filipe Barros abrir mão do posto neste ano.

Ao marcar presença no ato, Jordy relatou como foi a ação da polícia e negou incitação aos atos do 8 de janeiro. Ele também explicou as "razões e justificativas do Judiciário que estão por trás" da investigação" e disse que teme por todos os parlamentares, "violados e desrespeitados pelo Judiciário".

“A quem interessa manter esse 8 de janeiro vivo? O nosso dever como oposição é lutar contra esse governo eleito, mas perseguição do Judiciário não podemos mais aguentar. Nossas prerrogativas estão sendo violadas, querem desumanizar a oposição. Eu não sou bandido. Não tem nenhuma prova contra mim. Minha família foi atacada e minha privacidade foi violada”, declarou Jordy.

O parlamentar também lamentou a falta de posicionamento dos presidentes Lira e Pacheco sobre a operação da PF e a nova decisão do STF contra um parlamentar. Jordy declarou que "o parlamento está sendo desmoralizado e tratado igual lixo".

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