Partidos da oposição se reuniram nesta terça-feira (12) com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para pedir a federalização da investigação do assassinato de Marcelo Aloizio de Arruda. Além de solicitar a federalização do caso, os políticos também pediram que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta apologia a crimes e por incitar a violência.
Arruda era guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR). O petista foi baleado, na madrugada de domingo (10), durante a própria festa de aniversário pelo policial penal federal Jorge da Rocha Guaranho. Já ferido, Arruda reagiu e atirou contra Guaranho, que segue internado. Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho chegou no local da festa gritando "Aqui é Bolsonaro!".
A federalização depende de um pedido da PGR ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar do pedido, a PGR já havia sinalizado nesta segunda-feira (11) ser contra a federalização, entendendo que cabe à Justiça estadual investigar o caso.
“Trata-se de uma situação trágica no Paraná, mas se nós hoje requerermos a federalização, podemos prejudicar o aprofundamento das investigações”, disse Aras aos parlamentares na reunião, informou o Poder360. “Se eu pedir a federalização, estarei transferindo a responsabilidade ao STJ. Isso agradaria a vocês, mas atrasaria as investigações”, continuou Aras.
O procurador-geral da República recebeu representantes de siglas da coligação do ex-presidente e pré-candidato ao Planalto pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, formada por PT, PSB, PCdoB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede. Os partidos alegam que o caso deve ser federalizado por ser um "crime de comoção nacional", e dizem que existe um "histórico de casos de violências políticas contra correntes políticas de esquerda no estado do Paraná sem solução pelos órgãos de segurança pública".
A coligação pediu também que federalização da investigação sobre tiros contra uma caravana do PT em Laranjeiras do Sul (PR) por suspeita de negligência nas investigações. Também foi solicitado que a PGR adote medidas cíveis, administrativas e penais para identificar grupos em redes sociais que tem como foco estimular a violência e intolerância política. Os parlamentares também entregaram a Aras um relatório que mostra sobre casos de violência política no Brasil.
Investigação contra Bolsonaro
Os partidos da oposição também citam no documento entregue a Aras que Bolsonaro "passou a alimentar e estimular com mais afinco suas ameaças autoritárias, violentas, contra as instituições democráticas e seus adversários políticos".
Nesta quarta-feira (13), a oposição tem uma reunião prevista com o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes para pedir uma investigação sobre incitação ao ódio.
"As lives e manifestações públicas do Representado, em geral, configuram verdadeiras exortações de ódio a setores da população brasileira que ousam divergir de suas opções políticas, posturas e compreensões de mundo, o que não pode, jamais, ser admitido como normal, aceitável, ou ser abarcado pela imunidade processual que detém o Presidente da República, na quadra democrática vigente", disse a oposição no documento entregue à PGR.
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