Ministro da Justiça, Flávio Dino, continua enfrentando decisão da CPMI em acessar conjunto de imagens de seu ministério no dia das invasões.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil.
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Os membros da oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro vão exigir do presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), que reaja à decisão do ministro da Justiça, Flávio Dino, de fornecer só parte do conjunto de imagens de vigilância da sede de seu ministério no dia das invasões na Praça dos Três Poderes.

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Após a série de negativas em atender ao pedido da CPMI, Dino encaminhou no fim da tarde de quarta-feira (9) o conteúdo de apenas duas câmeras, com foco mais voltado para o exterior do prédio. Estima-se que existam ao menos 30 câmeras.

Em resposta, deputados e senadores preparam requerimentos para exigir a relação das câmeras ativas e uma perícia para apurar a autenticidade das imagens fornecidas e se houve supressão ou edição. Eles querem ainda que a CPMI envie ofícios diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para garantir a entrega imediata de todo o conteúdo solicitado.

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Para a linha investigativa da oposição, a análise de todas as imagens é crucial para determinar se houve omissão por parte do governo atual em impedir as invasões. Eles buscam esclarecer se essa negligência pode ser creditada ao ministro Dino, mediante a confirmação da sua presença na sede da sua pasta durante as invasões, além de outros indícios.

As imagens entregues das duas câmeras vieram somente após a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao acessar o material, o deputado André Fernandes (PL-CE) percebeu que Dino havia desobedecido a determinação de Moraes, que não havia imposto restrições às imagens a serem fornecidas. “Há evidências da tentativa de reter informações que poderiam comprometer o governo”, disse.

O senador Magno Malta (PL-ES) acusou Dino de zombar da CPMI e pediu ao presidente da comissão reação firme e imediata. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) classificou de vergonhoso o tratamento dado à CPMI e destacou que a resistência em ceder as imagens prejudica seus trabalhos.

Conteúdo entregue também pode ter tido cortes e edições

"O presidente Arthur Maia está com a palavra”, disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE). Segundo ele, a demanda pelas imagens remonta ao início da CPMI, mas a falta de transparência do governo segue agora motivada aparentemente “pela audácia e arrogância”.

O senador explica que as duas câmeras em questão consistem em uma interna situada na área de recepção do prédio e uma externa voltada para o Congresso. Ele não está seguro também se tudo o que elas filmaram foi entregue. "Como essa última é instalada no teto e capaz de girar, ela também pode capturar vistas do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios. Seus movimentos sugerem que alguém a estava operando durante as invasões", observou.

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Após a entrega das imagens, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), compartilhou trechos capturados pelas câmeras, retratando os movimentos dos manifestantes na Praça dos Três Poderes. Em provocação, ele disse que as imagens pedidas pela oposição depõem contra ela pois “apenas reafirmam o óbvio: nosso governo foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado”.