A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a nova decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra mais uma das ações decorrentes da Operação Lava Jato, desta vez determinando que a ong Transparência Internacional seja investigada.
Na manhã desta segunda (5), o magistrado determinou que a ong seja investigada por conduzir a criação de uma fundação que iria gerir parte das multas aplicadas às empresas que fizeram acordos de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em ações anticorrupção. Neste caso específico, em cima de R$ 2,3 bilhões do acordo da J&F “sem que se submeta aos órgãos de fiscalização e controle do estado”.
Para o próprio ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, a fundação que receberia os recursos foi “considerada legal e legítima por nove órgãos em geral melhor informados, experientes e capacitados do que o STF (que suspendeu a fundação) no tema anticorrupção”. Ele ainda afirmou que não participou da elaboração do acordo.
"A Transparência Internacional foi extremamente crítica às decisões de Toffoli que favorecem as empresas que praticaram corrupção", disse ressaltando que "graças às decisões do ministro Toffoli, o Brasil se torna um cemitério de provas de crimes que geraram miséria, violência e sofrimento humano em mais de uma dezena de países da América Latina e África". Ele lembra, ainda, que "a esposa de Toffoli é advogada da J&F, favorecida em bilhões pela decisão do ministro", pontuou.
A afirmação é semelhante à do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), que vê na decisão de Dias Toffoli uma ligação com o índice de corrupção que rebaixou o Brasil no ranking internacional. Para ele, o “Brasil da esquerda” "é uma piada de muito mau gosto".
“Pouco tempo depois saiu o índice da Transparência Internacional que rebaixou o Brasil quanto à capacidade de combater a corrupção. Agora, o ministro quer uma investigação contra a entidade internacional. Se não repensarmos o país, com uma profunda reforma, estaremos sempre acorrentados a esse sistema medíocre”, afirmou.
O presidente do partido Novo, Eduardo Ribeiro, seguiu na mesma linha e afirmou que “não satisfeito em suspender as multas bilionárias de empresas que confessaram seus crimes na Lava Jato, Dias Toffoli agora mandou investigar a Transparência Internacional, justamente a ONG que vem alertando para as suas decisões absurdas. É ou não é uma ditadura”, questionou.
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