O ministro Ernesto Araújo e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo: parceria estratégica.| Foto: Mandek Ngan/AFP

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, reuniu-se nesta sexta-feira (13) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, no primeiro diálogo da parceria estratégica entre os dois países firmada entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, em março. Em discurso posterior à reunião, Pompeo anunciou que, em 2020, o Brasil sediará um novo grupo de trabalho da conferência "Paz e Segurança no Oriente Médio", cuja primeira reunião ocorreu em Varsóvia, na Polônia, em fevereiro de 2019.

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A conferência sobre paz no Oriente Médio é uma iniciativa do governo Trump encampada por diversos países. E, no caso do evento a ser realizado no Brasil, tratará sobre temas humanitários e de refugiados. A reunião foi marcada para os dias 5 e 6 de fevereiro do ano que vem.

Outros temas discutidos: Venezuela, comércio, Amazônia

Na reunião entre Araújo e Pompeo, foram discutidos tópicos como a situação da Venezuela, a parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos e o fortalecimento da cooperação entre os dois países na área de segurança e defesa.

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"A mudança na nossa parceria é muito maior do que uma reunião ou conjunto de reuniões. Entramos em uma importante nova era das relações entre Brasil e Estados Unidos. O Brasil, sob a liderança do presidente Bolsonaro, assumiu um compromisso muito maior com a liberdade de mercado, que é o melhor gerador de crescimento econômico e prosperidade", afirmou Pompeo.

Outro tema da reunião entre Pompeo e Araújo foi a situação política da Venezuela. Recentemente, o governo de Nicolás Maduro promoveu exercícios militares na fronteira com a Colômbia. Por causa disso, a Organização de Estados Americanos (OEA) ativou o órgão de consulta do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), que prevê a defesa mútua de nações americanas em caso de ameaça.

Pompeo elogiou a forma como o governo brasileiro tem conduzido as relações com a Venezuela. "O Brasil foi uma das primeiras nações a reconhecer o legítimo líder da Venezuela, o presidente Juan Guaidó. Neste momento, acolhe mais de 180 mil venezuelanos que fugiram do colapso econômico e da tirania do regime de Maduro. Essa generosidade atesta o compromisso do Brasil com a segurança regional e a proteção dos direitos humanos", disse.

O secretário de Estado americano também falou brevemente sobre o comércio com o Brasil. "Nós vamos aumentar nossa parceria comercial, que já supera os US$ 100 bilhões anuais", afirmou.

Além disso, reforçou a parceria entre os dois países na preservação da Amazônia. "Nossas equipes vão dar prosseguimento ao compromisso que nossos presidentes assumiram em março de criar um fundo de investimento de US$ 100 milhões em 11 anos para a preservação da biodiversidade na Amazônia. O projeto será conduzido pelo setor privado."

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O ministro Ernesto Araújo destacou o apoio dos EUA na Amazônia como uma forma de trazer desenvolvimento para a região e, dessa forma, preservar suas riquezas naturais. "Vemos, pelo mundo, questionamentos sobre a nossa soberania, no sentido de que, na Amazônia, nós não seríamos capazes de lidar com os desafios que se apresentam. Isso não é verdade, e nossos amigos nos EUA sabem que isso não é verdade. Queremos continuar juntos no esforço de criar desenvolvimento para a Amazônia, que é o único jeito de realmente proteger a floresta."

Araújo também destacou em seu discurso o alinhamento entre os dois governos nas visões políticas, no setor econômico e nas relações exteriores.

O encontro entre Pompeo e o chanceler brasileiro ocorre dias antes do início da Assembleia-Geral da ONU, que acontecerá em Nova York no fim do mês. O presidente Bolsonaro deverá fazer o discurso de abertura do evento, no dia 24.