O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, adiou novamente abertura da CPMI do 8 de janeiro| Foto: oque de Sá / Agência Senado
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Após mais de duas horas de reuniões com líderes partidários, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cedeu às pressões da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e adiou novamente a sessão do Congresso, marcada para esta terça-feira (18), ocasião em que seria feita a leitura do requerimento para a instalação da comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

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A sessão foi remarcada para próxima quarta-feira (26). O terceiro adiamento ocorreu sob protesto da oposição e com quórum de Câmara e Senado para iniciar a sessão. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), Pacheco se comprometeu a fazer a leitura do requerimento da CPMI na próxima semana.

Parlamentares da oposição conseguiram manter o número mínimo de assinaturas para a abertura da CPMI, apesar de um esforço da base governista para provocar uma debandada em bloco de apoios na noite desta segunda-feira (17). Segundo o deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento da comissão, na virada da noite para a manhã desta terça (18) foram contabilizadas as assinaturas de 194 deputados e 35 senadores, ante a necessidade de 171 e 27, respectivamente.

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Diante deste cenário, líderes da base do governo pediram que Pacheco adiasse a sessão do Congresso. Eles não querem que a CPMI seja instalada por avaliarem que ela pode desgastar o governo.

Os parlamentares da oposição deixaram o encontro contrariados e prometeram continuar insistindo na CPMI. Eles ressaltaram a responsabilidade de Pacheco em mais um adiamento, quando os fatos completam emblemáticos 100 dias.

Os oposicionistas reclamaram das manobras regimentais usadas a partir desta terça-feira, com o argumento da alteração da pauta diante da expectativa de envio de um projeto do governo para viabilizar pagamento de novo piso da enfermagem. Governistas também questionaram se haveria quórum suficiente para abertura de sessão, o que foi facilmente desmentido.

Agora, eles vão definir estratégias de reação, caso existam novas protelações. Elas incluem desde uma ação de cobrança no Supremo Tribunal Federal (STF) até obstruções sistemáticas em votações nas duas Casas.

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“O presidente Pacheco precisa deixar claro que é presidente do Senado e do Congresso e não o mais novo líder do governo”, protestou o senador Eduardo Girão (Novo-CE).