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"Limites"

Pacheco critica governo por interferências na Vale e Petrobras

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conduz sessão. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senad)

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou nesta terça-feira (11) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa "compreender os seus limites" na atuação em empresas que tem participação como acionista, como a Vale e a Petrobras.

"Se a União é parte interessada como acionista, em tese é legítimo ao governo se posicionar, mas deve compreender seus limites de atuação considerando a governança das empresas e a independência delas. Não digo que o governo os ultrapassou porque não conheço a situação. Digo apenas que eles precisam ser observados", declarou Pacheco ao jornal O Globo.

Ao ser questionado sobre a reação do Congresso em relação as interferências do governo, Pacheco disse não há necessidade de uma ação parlamentar. "É uma questão mais de limites éticos do que de carência legislativa. Não conheço as situações concretas e não me cabe opinar. Isso toca às empresas e seus acionistas e conselheiros", disse.

A pressão do governo sobre a Vale e a Petrobras tem ocorrido há meses, desde a tentativa do governo petista de controlar o comando das estatais.

Nesta segunda (11), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, irá se reunir com o presidente Lula para tratar sobre o corte de R$ 14,2 bilhões em dividendos extraordinários da estatal, que levou a companhia a perder R$ 55,3 bilhões em valor de mercado após frustrar as expectativas dos acionistas. Desde as primeiras horas do dia, as ações da estatal estão oscilando com o mercado financeiro à espera do que será discutido.

Vale

Privatizada há quase três décadas, a Vale é uma empresa de capital aberto na B3, a bolsa de valores brasileiras. O governo tem participação indireta, por meio da Previ, que é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

Na semana passada, em entrevista à RedeTV, Lula disse que a mineradora “não é dona do Brasil”. “A Vale não pode pensar que ela é dona do Brasil, não pode pensar que ela pode mais do que o Brasil. Então o que nós queremos é o seguinte: empresas brasileiras precisam estar de acordo com aquilo que é o pensamento de desenvolvimento do governo brasileiro. É isso que nós queremos”, afirmou.

Na última sexta-feira (8), após pressão do governo, o conselho da Vale decidiu que o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, não será reconduzido ao cargo, mas permanecerá até o dia 31 de dezembro deste ano.

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