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O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta sexta-feira (9) que as eleições no Brasil são "inegociáveis". Além disso, reforçou que não vai admitir “retrocessos” em relação à democracia brasileira e classificou de "inimigos da nação" as pessoas que defendem um golpe de Estado.
Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro ou as Forças Armadas, Pacheco declarou que é o “povo que manda no Brasil” por meio de eleições periódicas, conforme determina a Constituição. O senador afirmou ainda que a decisão sobre possíveis mudanças em relação ao sistema eleitoral cabe ao Congresso Nacional.
"Não podemos admitir qualquer tipo de fala, ato ou de menção que seja atentatório à democracia ou que represente retrocesso", afirmou Pacheco, que na véspera agiu para apaziguar a tensão com as Forças Armadas após uma declaração do senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, que irritou os comandantes militares.
O presidente do Congresso minimizou a fala do presidente Jair Bolsonaro de que ''ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições''. Para Pacheco, Bolsonaro pode defender mudanças que achar convenientes, mas reforçou que não aceitará interferência de outros poderes no Legislativo.
"Temos que respeitá-la [fala de Bolsonaro] e considerá-la pela reflexão. Existe uma PEC em discussão sobre mudanças no sistema eleitoral e a decisão será do Congresso. Será obrigação e dever do Congresso Nacional definir se precisamos ou não de alteração no sistema eleitoral", completou Pacheco, que é também presidente do Senado.
Mais cedo, Bolsonaro defendeu a adoção do voto impresso, que está em discussão pela Câmara dos Deputados. No entanto, a ideia conta com oposição de uma coalizão de partidos, alguns deles da própria base do presidente, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).