Ao discursarem na abertura da 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20 (P20), nesta quinta-feira (7), os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) defenderam uma reforma na governança global para viabilizar o enfrentamento às desigualdades, à fome e à crise climática.
De acordo com Pacheco, nenhum país conseguirá impor sua visão de mundo e resolver os problemas sozinho. Na avaliação do presidente do Senado, as soluções devem ser conjuntas.
“O Parlamento deve ter verdadeiro compromisso com a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável e com a promoção da igualdade. Não podemos mais aceitar que milhões de pessoas sobrevivam miseravelmente, excluídas do bem-estar social. É preciso assegurar oportunidades iguais para todos”, disse.
“Como sabemos, o sistema internacional enfrenta uma crise multifacetada, nos âmbitos geopolítico, econômico e ambiental. O surgimento e o avanço de problemas mundiais de tamanha complexidade e abrangência exigem o constante aperfeiçoamento democrático dos processos decisórios no âmbito das instituições criadas após a Segunda Guerra Mundial”, completou.
Lira defendeu a liderança do Brasil na discussão sobre a nova governança
Já Arthur Lira disse que a crise climática atinge as pessoas de modo desigual, exigindo investimentos e responsabilidades para minimizar seus efeitos de forma proporcional e justa.
Na sequência, Lira citou o Brasil como país credenciado para liderar essa discussão por já ter aprovado medidas nesse sentido.
“Aprovamos projetos de lei para regrar a exploração eólica offshore [em alto mar], a produção de hidrogênio de baixa emissão, o Fundo Verde do Programa de Aceleração da Transição Energética. Também continuamos empenhados em regulamentar o mercado de carbono no Brasil”, disse o deputado.
“No mês passado, foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro, considerada o maior programa de descarbonização da matriz de transportes e mobilidade do planeta”, completou.
Por fim, Lira pediu maior esforço nas negociações de paz para reduzir as crises humanitárias e migratórias e enalteceu o diálogo para a renovação da governança global.
“Como representantes dos seus povos, os parlamentos devem aumentar sua mobilização em torno de acordos internacionais direcionados à paz, ao maior equilíbrio das relações comerciais, à segurança alimentar, à cooperação científica e tecnológica, à sustentabilidade ambiental e à prosperidade para todos”, disse.
“Nesse sentido, a renovação do multilateralismo proposta pelo Pacto para o Futuro, adotado em setembro na ONU, somente será alcançada se houver grande envolvimento dos parlamentos na construção de propostas que remodelem a governança global”, finalizou.
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