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Nesta quarta-feira (31), o presidente do Congresso Nacional, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enviou um pedido de informações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre o inquérito de apura o suposto monitoramento ilegal de autoridades a partir da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na requisição, Pacheco pede que Moraes informe “sobre a existência de indícios de monitoramento ilegal de Deputados Federais e Senadores da República, com a devida identificação dos mesmos, e, não havendo prejuízo para a continuidade das investigações, que tramitam sob sigilo, obter informações relacionadas ao procedimento adotado pelos investigados e a extensão e o conteúdo de informações relacionadas aos parlamentares, a fim de que sejam adotadas as medidas institucionais pertinentes ao Congresso Nacional”.
Na semana passada, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) teve o gabinete na Câmara e o apartamento funcional visitados pela Polícia Federal (PF) durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no âmbito da operação Vigilância Aproximada.
Também alvo da mesma investigação, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, o general Augusto Heleno, foi convocado pela Polícia Federal (PF) para depor na próxima semana. No governo Bolsonaro, a Abin era subordinada ao GSI.
No início desta semana, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi alvo de uma busca e apreensão por suposto envolvimento com a “Abin paralela”.
Nesta quarta, o líder da oposição no Congresso Nacional, senador Rogério Marinho (PL-RN), cobrou um posicionamento claro de Pacheco sobre as sucessivas operações da PF contra parlamentares da oposição.
A cobrança veio após os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) terem sido alvos de investigações e cumprimento de mandados de busca e apreensão nos respectivos gabinetes na Câmara.
A investigação que mira Carlos Jordy, líder da oposição na Câmara, aponta uma suposta participação na organização dos protestos de caminhoneiros após o segundo turno da eleição presidencial de 2022, e que culminaram com os atos de 8 de janeiro de 2023. Para Marinho, a prova circunstancial é “extremamente frágil”, ressaltando a necessidade de evidências fáticas antes de se acusar alguém.