O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta terça-feira (19) que a ministra Nísia Trindade vai permanecer no comando do Ministério da Saúde. Mais cedo, ela se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro ocorreu em meio a críticas à atuação da ministra e pressão política. Padilha classificou como “fofoca” as especulações sobre uma possível demissão de Nísia.
"O presidente Lula deixou muito claro, inclusive na reunião [ministerial], que em nenhum momento cogitou qualquer possibilidade de troca da ministra Nísia", disse o ministro em entrevista ao programa Viva Voz, na rádio CBN.
"Eu diria que é um luxo para o Brasil ter no Ministério da Saúde alguém com histórico dela na saúde pública, foi uma figura proeminente no combate à pandemia, teve um papel fundamental na conquista da vacina, todo o trabalho feito pela Fundação Oswaldo Cruz, e ela estar no Ministério da Saúde é também uma celebração de todos aqueles que se esforçaram para que a ciência enfrentasse a pandemia", destacou.
Padilha afirmou que a reunião desta terça é um acompanhamento feito por Lula com todos os ministros. Atualmente, o Ministério da Saúde enfrenta a emergência sanitária do povo Yanomami, a epidemia de dengue e a crise nos hospitais federais do Rio de Janeiro.
Questionado sobre a pressão contra a ministra e uma suposta influência que teria na atuação de Nísia por já ter comandado a pasta, Padilha negou e atribuiu essas especulações ao “machismo”.
"Na base de fofoca, acho que, às vezes, tem um pouco de machismo nisso, de achar que uma mulher, sozinha, não lidera o ministério, e ela está afirmando isso. Inclusive, ontem na reunião, ela comentou que dizem que ela tem que falar grosso, e ela disse o seguinte: 'Eu não vou falar grosso porque eu não sou homem. Eu vou falar firme, de forma mansa', e o presidente Lula até reafirmou isso", apontou.
“Muitas vezes [as pessoas] acham que uma mulher sozinha não lidera um ministério, lidera pela sua história… Tenho certeza absoluta que Nísia junto com a equipe dela tem condições de enfrentar os problemas que a Saúde tem”, afirmou Padilha.
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