O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, afirmou nesta segunda (29) que o governo vem fazendo uma espécie de “pente-fino” na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e em outros órgãos ligados à inteligência e segurança de estado para apurar desvios nas respectivas atividades.
A declaração ocorre horas depois da Polícia Federal deflagrar a segunda operação em menos de uma semana que apura um suposto esquema de espionagem ilegal na agência durante parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), que mirou o ex-diretor-geral, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), e um dos filhos do ex-presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
“Esse processo de apuração não se restringe à Abin, envolve todos os órgãos sejam civis ou militares. Desde o ano passado isso já vem sendo desenvolvido de forma autônoma pela Polícia Federal a partir de orientações e determinações do Judiciário. E nós não descansaremos enquanto todos aqueles envolvidos com os crimes que antecederam ao dia 8 de janeiro e ao próprio crime sejam devidamente apurados e punidos pela irresponsabilidade com a democracia brasileira”, disse Padilha no começo da tarde.
A apuração na Abin começou a ser feita logo após os atos de 8 de janeiro de 2023, por conta da falta de informes que poderiam apontar a preparação da invasão às sedes dos Três Poderes.
Por outro lado, a investigação que levou às operações contra Ramagem e Carlos Bolsonaro surgiu a partir da descoberta de que um programa de computador contratado ainda no final da gestão de Michel Temer (MDB) na Presidência da República teria sido usado para monitorar ilegalmente políticos, juízes e outras pessoas sem autorização judicial.
Segundo as investigações, Carlos Bolsonaro teria sido beneficiado com informações colhidas neste programa de computador, além de outros dois filhos de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e Jair Renan.
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