Durante visita de cortesia ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a vice-ministra de Assuntos Exteriores e de Expatriados da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin, pediu o apoio do Brasil para que os palestinos sejam aceitos como membros plenos na Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo afirmou Shahin a jornalistas, nesta quarta-feira (19), durante a conversa com representantes do Itamaraty também foi solicitado que o Brasil apoie o boicote a produtos cultivados por israelenses em territórios reivindicados pela Palestina.
O encontro da delegação palestina com Mauro Vieira e integrantes do Itamaraty aconteceu na segunda-feira (17).
“Os encontros com as autoridades [brasileiras] foram muito frutíferos. Recebemos a reiteração do apoio do Brasil à causa palestina em todos os fóruns internacionais. Recebemos do Brasil também a informação de que o apoio ao estabelecimento da paz no Oriente Médio será contínuo", disse Shahin.
A vice-ministra de Assuntos Exteriores também pediu que o Brasil transforme em embaixada o Escritório de Representação em Ramala, capital da Cisjordânia. De acordo com Shahin, a medida poderia influenciar outros países a fazerem o mesmo.
Reunião no MRE
Em nota sobre o encontro com representantes da Palestina, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) disse os representantes dos dois países “discutiram a situação na Palestina, expressaram preocupação com a fragilidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza e condenaram violações israelenses a esse acordo, em particular a suspensão da entrada de ajuda humanitária e energia elétrica”.
Ainda, “concordaram sobre a urgência de alcançar acordo para a cessação permanente das hostilidades, incluindo a retirada completa das forças israelenses do território, a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos detidos em violação ao direito internacional, assim como a definição de mecanismo robusto que garanta o acesso desimpedido de ajuda humanitária”.
Durante a conversa, ficou decidido que serão realizadas anualmente reuniões do Mecanismo de Consultas Políticas Bilaterais, "a fim de intercambiar opiniões sobre questões regionais e internacionais de interesse comum".
Os representantes dos dois países também concordaram em "promover contatos entre instituições acadêmicas e organizações de seus países especializadas na área de relações internacionais e política externa e em incentivar contatos entre instituições culturais e da sociedade civil assim como cooperação entre instituições do setor privado de seus países".
