Ouça este conteúdo
A política externa realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é avaliada negativamente por deputados e senadores ouvidos pela pesquisa Ranking dos Políticos, divulgada na noite desta terça (26) pela CNN Brasil. As recentes falas sobre a reação israelense contra o Hamas e a relação com a Venezuela, que vem impondo barreiras à participação da oposição na eleição presidencial deste ano, pesam na avaliação dos parlamentares.
Segundo a pesquisa, a política externa de Lula é avaliada como ruim/péssima para 52,4% dos senadores e 45,1% dos deputados, enquanto que a ótima/boa é de 38,1% e de 25,5%, respectivamente. A avaliação regular alcança 9,5% dos senadores e 29,4% dos deputados.
A relação de Lula com o ditador Nicolás Maduro, que foi recebido com honras no ano passado e vinha sendo defendido pelo governo com a suposta garantia de que faria eleições livres neste ano, tem uma das piores percepções dos parlamentares.
Para 57,2% dos senadores, a relação de Lula com a Venezuela é considerada ruim/péssima, índice próximo ao dos deputados, de 56,8%. A avaliação ótima/boa ficou em 23,8% e 21,6%, respectivamente, enquanto que a regular é apontada por 19% e 21,6%.
Já em relação ao conflito na Faixa de Gaza, a reprovação dispara e alcança 76,2% dos senadores que consideram ruim/péssima, e de 68,6% entre os deputados. A avaliação ótima/boa é vista por 23,8% e 19,6%, respectivamente. A regular é 0 entre os senadores e de 10,8% entre os deputados.
Lula adotou o discurso fortemente crítico a Israel após as operações de repatriação de brasileiros e parentes diretos das áreas de conflitos, no final do ano passado, e reforçou o tom de que Israel faz um “genocídio” de palestinos a partir do começo deste ano. As falas reforçaram a avaliação negativa dele de acordo com as mais recentes pesquisas de popularidade.
A queda da avaliação positiva ligou o sinal de alerta do governo e levou a cobranças de Lula para que os ministros redobrem a divulgação das ações da pasta e viagem pelo país mostrando os feitos da gestão. A sensação de melhora dos índices econômicos, como a redução da inflação e o crescimento do PIB, no entanto, não foram suficientes para melhorar a imagem de Lula na população.