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Diplomacia presidencial

Parlamentares brasileiros repudiam fala de Lula comparando Israel à Hitler

Em entrevista durante viagem à ÁFrica, Lula comparou ação de Israel à Holocausto (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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Parlamentares brasileiros se manifestaram contrariamente à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou às ações de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto, política de extermínio judeu perpetrada pelo ditador alemão Adolf Hitler.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), afirmou em seu perfil no X que Lula se superou com sua declaração “criminosa, aberrante e antissemita contra os judeus hoje. Comparar a legítima reação de Israel contra os ataques covardes do Hamas ao que Hitler fez no Nazismo é completamente deplorável, inexplicável!”

Na mesma linha, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), prestou sua solidariedade ao povo Israelense diante das “falas absurdas do atual presidente do Brasil”. Ele afirmou que é inaceitável a comparação do holocausto contra o povo judeu com uma guerra contra um grupo terrorista. “Lula passou do limite.”, concluiu.

Já a deputada Bia Kicis (PL-DF) republicou declaração do primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu em repreensão às falas de Lula e relembrou que o estado de Israel foi criado graças a um brasileiro, Osvaldo Aranha. A parlamentar ainda destacou que, agora, “esse irresponsável, que se senta no Planalto quando não está torrando nosso dinheiro e difamando o Brasil pelo mundo, pode destruir essa histórica relação”.

O senador Jorge Seif Junior (PL-SC) afirmou que Lula desrespeitou o povo judeu, ao banalizar o Holocausto. “Nós continuaremos a defender Israel e seu direito de  defesa contra um grupo terrorista, perigoso e cruel”, disse em seu perfil no X. Também eleita pelo PL em Santa Catarina, a deputada Júlia Zanatta disse que, em um momento de insanidade, Lula resolveu comparar o povo que sobreviveu aos horrores nazistas com seus próprios perseguidores.

O deputado Sargento Portugal  (Podemos-RJ) classificou a declaração como “repugnante” e disse que deve ser condenada com total veemência. “Meu avô materno é um judeu/polonês, Guaracy Migowski de Carvalho. Minha solidariedade a comunidade judaica.”, declarou.

Na mesma linha, o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) condenou veementemente as declarações de Lula e disse que o presidente se mostra um despreparado para tratar do tema. “Suas falas são desastrosas do ponto político e diplomático entre Brasil Israel. Além disso, desrespeitosa com as vítimas do Holocausto.”

Já a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP), argumentou que, com suas declarações, Lula demonstra que “fugiu da escola e pouco sabe sobre história de sofrimento e luta de um povo. Civilizações sofreram com guerras e não se pode banalizar as ações de homens que mancharam a história da humanidade estripando pessoas e condenando-as à câmara de gás". A parlamentar ainda afirmou que Israel respondeu ao ataque “voluntário da Palestina e não se pode achar que um país permita que suas mulheres e crianças sejam estripadas sem que se reaja ao ataque".

A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) afirmou que, diante da crise causada pela comparação e o risco da fala colocar o Brasil em colisão com países democráticos, vai apresentar uma moção de repúdio na Câmara. Também está sendo analisado um possível crime de responsabilidade com base no art. 5° da Lei do Impeachment: "cometer hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".

As declarações de Lula comparando as ações de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza ao Holocausto, foram proferidas na manhã deste domingo, durante entrevista coletiva à imprensa na Etiópia, no encerramento de sua viagem oficial à África.

Após criticar países ricos que suspenderam o financiamento à Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), Lula afirmou que “o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

A ação das nações ricas foi uma resposta às acusações do governo de Israel de que 12 funcionários da agência teriam colaborado com o Hamas nos ataques que iniciaram o conflito, em 7 de outubro do ano passado.

Na mesma coletiva, Lula reiterou sua posição de aumentar as contribuições à Agência. Na sexta-feira (16), o partido Novo apresentou uma denúncia-crime contra o mandatário, acusando-o de apoio à organização terrorista.

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