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A declaração do presidente Jair Bolsonaro a um repórter do jornal O Globo motivou reações de partidos e lideranças de diferentes correntes políticas nas redes sociais, na noite deste domingo (23). Questionado pelo jornalista sobre repasses de Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente respondeu: "Vontade de encher sua boca de porrada", suscitando críticas no meio político.
O PSDB disse em nota que a fala do presidente "desrespeita a liberdade de imprensa" e "não condiz com o cargo". "O presidente volta a mostrar apreço por posturas agressivas e antidemocráticas", publicou o perfil oficial do partido no Twitter. O MDB, por sua vez, pediu respeito aos jornalistas. "O presidente da República precisa se retratar", diz a legenda.
No Twitter, a pergunta "Presidente @jairbolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?" viralizou e foi publicada por políticos como João Amoêdo (Novo), Paulo Pimenta (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Jandira Feghali (PCdoB), Zé Maria (PSTU), entre outros, além de artistas e membros da imprensa.
"Espero que o presidente retome o tom mais moderado dos últimos 66 dias. A liberdade de imprensa é um valor inegociável na democracia", afirmou o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
O deputado Arnaldo Jardim (SP), líder do Cidadania na Câmara, também se manifestou. “Postura totalmente inapropriada para um presidente da República. Também revela sua intolerância e desrespeito com a imprensa. As palavras de Bolsonaro constituem verdadeira ameaça à atividade jornalística. Lamentável tal atitude”.
ANJ lamenta atitude do presidente
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou nota, neste domingo (23), lamentando a fala do presidente da República Jair Bolsonaro. “É lamentável que mais uma vez o presidente reaja de forma agressiva e destemperada a uma pergunta de jornalista. Essa atitude em nada contribui para o ambiente democrático e de liberdade de imprensa previstos pela Constituição”, afirmou o presidente da ANJ, Marcelo Rech.