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O Congresso Nacional apareceu coberto por fumaça que atingiu o Parque Nacional de Brasília no domingo (15).
O Congresso Nacional apareceu coberto por fumaça que atingiu o Parque Nacional de Brasília no domingo (15).| Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

Os senadores e deputados federais criticam a "incapacidade do governo" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em controlar as queimadas que se intensificaram pelo país no último mês e seguem em alta.

O Brasil já conta com quase 12 milhões de hectares consumidos pelo fogo em 2024, conforme dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. Cerca de 70% dos incêndios aconteceram em áreas de vegetação nativa.

Em pronunciamento no plenário do Senado, nesta terça-feira (17), a senadora Rosana Martinelli (PL-MT) criticou o tempo de resposta do governo federal em relação às queimadas que estão atingindo o país. De acordo com ela, o cenário alarmante que o Brasil está vivendo reflete o “descaso” e a “incapacidade” do governo em lidar com a emergência climática.

"No dia 6 de setembro, foi reconhecida a situação de emergência em 58 municípios de Mato Grosso devido aos incêndios florestais, após meses de devastação incontrolável. Esse reconhecimento tardio é mais um sinal da falta de responsabilidade ambiental deste governo. Mato Grosso, de janeiro até agora, se tornou o estado do Brasil que mais sofreu com as queimadas", disse a senadora.

Ela alertou que somente em agosto, foram contabilizados "mais de 13,6 mil focos, superando todo o acumulado de janeiro a julho". "Mais de 1,6 milhão de hectares foram devastados no mês. Os números são alarmantes!", reforçou.

Segundo Martinelli, nem todos os incêndios são criminosos e que não é possível culpar apenas o agronegócio e os empresários. Ela criticou o fato do governo Lula ter retirado R$ 700 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente, mesmo sabendo que o período de seca estava se aproximando.

"Só agora, quando o fogo chegou a Brasília, [...] perto da moradia do presidente, é que se despertou para a importância de se tomar uma atitude, colocando recursos de R$ 500 milhões. [...] O governo precisa tomar vergonha na cara, parar de dar desculpa, de ficar acusando os outros, e não fazer a sua parte. O dever tem que se começar de casa. Tem que se organizar para que ano que vem não aconteça", disse a senadora.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou que o governo Lula tem tentado traçar uma plano de emergência de combate às queimadas. Ele citou a ação da Polícia Federal (PF) que abriu mais de 50 inquéritos para investigar ações criminosas e cobrou respostas "imediatas e enérgicas" contra as queimadas no Brasil.

"Animais estão morrendo queimados e agricultores sofrem perdas gigantescas, os quilombolas, os indígenas. As respostas precisam ser imediatas e enérgicas. A responsabilidade recai sobre a sociedade e os Poderes, ninguém pode se omitir numa hora dessas", reforçou o petista.

"Cadê as providências?"

A deputada Bia Kicis (PL-DF), líder da Minoria na Câmara, cobrou uma atitude do governo ao publicar um vídeo de um incêndio que atingiu uma área militar em Brasília. "Brasília está pegando fogo literalmente! Cadê as providências do governo do amor?", questionou a parlamentar.

Bia Kicis também atribuiu a culpa do "terrorismo climático" apontado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como culpa dela.

A presidente da CCJ na Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), também questiona a inércia do governo Lula no controle do fogo pelo país e critica o fato de terem culpado tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Queimadas e desmatamento batendo recordes...as consequências sentidas na saúde do povo. Vão continuar culpando Bolsonaro? Ou vão criar vergonha na cara e trabalhar? Enquanto o desgoverno parece inerte diante dessa crise ambiental, a cobrança de impostos e confisco de bens continua em ritmo acelerado", escreveu a deputada na rede social.

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