O relator do projeto de lei que dá anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro, o deputado federal Rodrigo Valadares (União-CE), disse que parte da imprensa está tentando responsabilizar a direita e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo episódio das bombas em Brasília. Para ele, o objetivo seria "travar" a tramitação da proposta sobre a anistia.
"No meu entender, a gente vê que, infelizmente, parte da mídia está querendo jogar isso no colo da direita, de Bolsonaro e da anistia. Entendo completamente diferente: é um fato isolado, uma pessoa que sofria algum transtorno mental", disse Valadares ao jornal Folha de S. Paulo, nesta sexta-feira (15).
Na noite da última quarta-feira (13), explosões deflagradas na Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal (DF), causaram danos a um carro e causaram a morte de um homem apontado como autor das explosões.
O autor da ação foi identificado como sendo o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele morreu em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) após detonar explosivos que carregava em uma mochila.
"Isso não tem correlação com a anistia e deve ser tratado como fato isolado. É lamentável, mas não afeta a anistia. Se houver justiça e decência no nosso país, que não haja nenhum tipo de correlação e prejuízo para a anistia", complementou Valadares.
Relatoria
O deputado Rodrigo Valadares foi designado relator do PL da Anistia no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Em seu parecer, o relator ampliou o escopo do texto e sugeriu perdão a todos os atos pretéritos e futuros relacionados aos ataques à sede dos três Poderes.
No fim do mês passado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta da CCJ e anunciou a criação de uma comissão especial para analisar o tema.
Governo Lula quer usar explosões para enterrar PL da anistia
Integrantes do governo do presidente Lula (PT) veem no caso das explosões na Praça dos Três Poderes uma oportunidade para enterrar as discussões sobre a possibilidade de anistia aos presos do 8 de janeiro.
Além disso, outro ponto levantado diz respeito à tentativa do Executivo de avançar com o chamado "PL da Censura", que tem o objetivo de regular as redes sociais no Brasil.
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