O ministro da Economia, Paulo Guedes, bateu boca com Gleisi e oposição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, debate a reforma da Previdência (PEC 6/19). Foto: José Cruz / Agência Brasil.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o PT esteve no poder por quatro mandatos seguidos, mas não fez nada para combater privilégios e garantir um sistema previdenciário e tributário mais justo. “Governaram quatro mandatos seguidos e não querem dar três meses para o novo governo", questionou o ministro.

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Guedes participa nesta quarta-feira (3) de audiência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados para debater a reforma da Previdência. O momento mais tenso aconteceu após quatro horas de sessão, quando o deputado Alessandro Molon (PSB-MG), líder da oposição na Câmara, falou, atacando a reforma e o governo e questionando por que o governo não cobra as grandes empresas e devedores, ao invés de "prejudicar os mais pobres".

“Vocês estão há quatro mandatos no poder. Como é que não votaram imposto sobre dividendo? Por que que deram benefícios para bilionários? Por que que deram dinheiro para a JBS?”, questionou Guedes ao deputado. “Vocês estiveram no governo, nós estamos há três meses. Vocês tiveram 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar, não pagaram nada, não cortaram nada.”

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Foi a primeira vez na sessão que Guedes ficou visivelmente alterado e subiu o tom de voz. Enquanto batia-boca, o ministro chegou a apontar o dedo aos deputados da oposição. Os parlamentares rebatarem dizendo que o ministro estava fugindo das perguntas e que não poderia atacar seus pares.

“A Casa não me dá o direito de falar”, rebateu o ministro durante o bate-boca. “Não é justo, não é justo que nossos filhos e netos paguem a conta [da não aprovação da reforma]”, gritou o ministro em meio a gritos de deputados. “É fake news que está todo mundo tentando se suicidar no Chile”, gritou, respondendo a deputada Gleisi Hoffmman (PT-PR), que criticou o modelo de capitalização, empregado no Chile e que deve ser replicado no Brasil.

"São especialistas nisso [de criar fake news]. Criam uma bagunça. Governaram por quatro mandatos seguidos e não querem dar três meses para o outros governo", afirmou Guedes.

O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), chegou a ameaçar a acabar com a audiência caso o bate-boca não fosse interrompido. O clima só esfriou quando o ministro pediu para a sessão ser suspensa por cinco minutos para poder ir ao banheiro e tomar água.

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Tem que internar, diz Paulo Guedes

Outro momento tenso da audiência aconteceu por volta das 19h45, quando o ministro falou que "É caso de internação. Tem que internar", se referindo a quem não acredita na necessidade de se reformar a Previdência.

Os deputados ficaram indignados com a declaração e interromperam o ministro. Guedes falou que não retirava o que disse, mas que se referia a quem era contra reforma a Previdência, não a quem era contra a sua proposta.

Francischini novamente ameaçou cancelar a sessão caso a ordem não fosse restabelecida.

Guedes fica incomodado ao ser chamado de rentista

Antes das duas confusões, Guedes já tinha ficado incomodado ao ser chamado de "rentista" pelos parlamentares. O ministro afirmou que a vida inteira empreendeu e que, por muito tempo, investiu no setor de educação e que estava investindo em saúde antes de entrar para o governo.

"Fui eu quem criou o MBA Executivo no Brasil", afirmou. Guedes foi fundado do Ibmec, instituição privada de educação superior. Também foi professor em universidades, além de investidor. Foi, ainda, um dos criadores do banco Pactual (atual BTG Pactual).

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"Não gostaria de ser classificado como rentista. Fui um empreendedor a vida inteira", afirmou.