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CONFUSÃO CCJ

Paulo Guedes é chamado de ‘tchuchuca com ricos e tigrão com pobres’. Sessão termina em confusão

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala sobre a reforma da Previdência na CCJ da Câmara. Foto: Cleia Viana/Agência Câmara
O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi ofendido pelo deputado Zeca Dirceu (PT). Assessora teria agredido Maria do Rosário. (Foto: )

A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a reforma da Previdência terminou em empurra-empurra e confusão. A audiência foi encerrada após o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é "tchuchuca" com ricos e "tigrão" com os mais pobres.

"Tô vendo, ministro, que o senhor é tigrão com aposentados e trabalhadores, mas é tchutchuca com quem tem privilégios" disse Zeca Dirceu. O ministro na hora ficou incomodado e começou a bater-boca com o deputado. "Tchucuca é a mãe. É a vó", devolveu Paulo Guedes. "O senhor me respeite", gritou o ministro.

Uma confusão foi então instalada e o deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da CCJ, ainda tentou pedir a ambos que retirassem as palavras. Mas o bate-boca prosseguiu após o som dos microfones serem cortados.

Francischini, então, encerrou a sessão. Com isso, muitos parlamentares tentaram ir para cima do ministro. Eles, porém, não conseguiram, porque logo a polícia legislativa fez um cordão para proteger o ministro.


Deputada Maria do Rosário diz que foi agredida, mas muda versão depois

Na confusão, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que havia sido agredida por Daniella Marques Consentino, assessoria especial do ministro para assuntos estratégicos. A assessora chegou a ser levada para a delegacia legislativa.

“Vou processar ela”, afirmou Maria do Rosário. "Eu fui agredida", completou a parlamentar, que solicitou a presença da polícia legislativa, que levou Daniella à delegacia da Câmara.

"Daniela apresentou a documentação. Se precisar vamos intimá-la, mas vai depender do registro [de ocorrência] da deputada Maria do Rosário", afirma Flávio Queiroz, diretor substituto da coordenação da Polícia Judiciária Legislativa da Câmara dos Deputados.

Maria do Rosário afirmou à reportagem que tentou falar com o ministro e, neste momento, teria sido empurrada pela assessora, o que gerou confusão generalizada. O ministro Paulo Guedes saiu escoltado por parlamentares, incluindo o presidente da CCJ, Felipe Francischini.

Depois, questionada novamente pela reportagem, a deputada disse que a assessora do ministro tentou impedi-lá de chegar perto de Guedes. E afirmou que não fará uma ocorrência formal e que apenas solicitou a presença da polícia legislativa porque a assessora a havia impedido de fazer o seu trabalho e cobrar explicações do ministro.

O início da confusão

Zeca Dirceu começou questionando o ministro por que o governo escolheu a reforma da Previdência e não a Tributária para dar início às reformas governamentais. Ele chegou a chamar a "Nova Previdência" de criminosa.

"Quais foram os estudos e projeções que o senhor e seu ministério produziram para essa prioridade? Por que não começar pela reforma tributária, que acabaria com os privilégios? Por que não a reforma bancária, dos seus amigos?", acusou o deputado petista.

Clima já estava tenso

Antes, o clima já havia ficado tenso em algumas oportunidades. Guedes já havia batido-boca com deputados da oposição, que bombardeavam o ministro com perguntas contra a reforma da Previdência.

“Vocês estão há quatro mandatos no poder. Como é que não votaram imposto sobre dividendo? Por que que deram benefícios para bilionários? Por que que deram dinheiro para a JBS?”, questionou Guedes ao deputado Alessandro Molon, líder da oposição na Câmara. “Vocês estiveram no governo, nós estamos há três meses. Vocês tiveram 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar, não pagaram nada, não cortaram nada.”

Em outro momento tenso, o ministro afirmou que é "caso de internação" quem não acredita na necessidade de se reformar a Previdência.

Os deputados ficaram indignados com a declaração e interromperam o ministro. Guedes falou que não retirava o que disse, mas que se referia a quem era contra reforma a Previdência, não a quem era contra a sua proposta.

Antes ainda, o ministro já havia se mostrado incomodado ao ser chamado de rentista. "Não gostaria de ser classificado como rentista. Fui um empreendedor a vida inteira", afirmou.

Ao todo, a audiência durou pouco mais de seis horas. A oposição conseguiu dominar as inscrições e fazer diversos questionamentos ao ministro, que acabou se irritando por diversas vezes.

Vídeos

Veja o momento em que Zeca Dirceu questiona o ministro da Economia e, abaixo, quando Guedes sai escoltado do plenário.

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