O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que vai renunciar e deixar o país caso a reforma da Previdência não seja aprovada.| Foto: Isac Nóbrega/PR

O ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmou o empenho do governo de Jair Bolsonaro em aprovar a reforma da Previdência este ano: sem isso, o país pode quebrar já em 2020. E caso a Previdência vire uma "reforminha", Guedes já indicou que vai renunciar ao cargo de ministro. "Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar", declarou o ministro de 69 anos em entrevista ao site da revista Veja nesta sexta-feira (24).

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O ministro ainda frisou que não é irresponsável ou inconsequente, e não iria embora no dia seguinte, caso a reforma não seja aprovada. "Agora, posso perfeitamente dizer assim: 'Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo'. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa", disse.

Na entrevista, Guedes faz uma avaliação do cenário fiscal do país, e diz que sem a reforma, o Brasil vai pegar fogo. "A velha Previdência quebrou. Não vamos ter nem dinheiro para pagar aos funcionários. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios", declarou. O ministros lembra que o déficit da Previdência vem crescendo a cada ano, algo em torno de R$ 40 bilhões, e que a urgência da reforma também se explica pelo mercado. "Os mercados não vão esperar muito mais. Eles fogem antes. A engolfada pode vir em um ano, um ano e meio", declarou.

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Guedes diz que o próprio Bolsonaro estaria empenhado em aprovar a reforma nos moldes em que o projeto foi enviado ao Congresso – nas projeções da equipe do ministro, a economia gerada seria de R$ 1,2 trilhão em até dez anos. Uma versão desidratada da reforma não resolveria nada, segundo o ministro. Caso os parlamentares modifiquem muito o texto e a economia gerada seja inferior a R$ 800 bilhões, limite da margem de negociação, "não há a menor possibilidade de lançar uma nova Previdência".