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Efeito Trump

Pazuello defende Operação Acolhida e acredita que Trump liberará recursos

Eduardo Pazuello
Ex-ministro de Bolsonaro foi responsável por implantar programa na região Norte para atender migrantes. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / arquivo)

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O ex-ministro da Saúde do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), general Eduardo Pazuello, defendeu os trabalhos realizados pela Operação Acolhida na região Norte do país e se disse preocupado com o corte de recursos determinado por Donald Trump, dos Estados Unidos.

O país norte-americano é o principal financiador do programa e responde por 60% do orçamento aplicado. Desde a segunda (27), a Operação Acolhida está com parte das atividades suspensas, o que levou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir emergencialmente a atuação.

“O sujeito que está vindo para o Brasil está deixando de ir para os Estados Unidos. Se fechar esse porta, ele vai ter que buscar outra”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta terça (28).

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Pazuello foi o responsável por implantar a Operação Acolhida em Roraima em 2018, fato que lhe rendeu elogios por parte da Organização das Nações Unidas (ONU). O programa é executado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) com apoio do Exército e coordenação da Casa Civil da presidência da República.

A OIM informou à Gazeta do Povo que está preocupada com a decisão de Trump e que “os EUA têm sido um parceiro fundamental, e trabalhamos com todas as administrações desde a nossa fundação”. A entidade atende de 250 a 500 migrantes diariamente, principalmente venezuelanos.

“Isso [corte de recursos] vai impactar, sem dúvida, no trabalho. É preocupante, mas penso que não tornará inviáveis as operações no local. Será necessário buscar outras formas de financiamento”, disse Pazuello.

Ele, no entanto, acredita que Trump pode retomar o financiamento do programa ao ver que a Operação Acolhida é “excepcional” principalmente para reduzir o número de estrangeiros que tentam refúgio nos Estados Unidos.

“O Trump vai reavaliar os resultados disso. A ONU precisa ser olhada de novo em sua estrutura. Ele quer ver o retorno do investimento dele. É igual quando o PT assume o governo e vai todo mundo embora. É natural que haja um freio de arrumação”, completou.

Apesar da Casa Civil anunciar o atendimento à operação, uma das casas de acolhida em Boa Vista, principal porta de entrada de venezuelanos pelo estado de Roraima, está de portas fechadas nesta terça (28) com um aviso de fechamento por tempo indeterminado.

“A Cáritas [que presta o atendimento] atendendo a pedido do financiador, suspende por tempo indeterminado os atendimentos nas instalações sanitárias de Boa Vista e de Pacaraima, em Roraima”, diz o comunicado. A reportagem procurou novamente a Casa Civil e aguarda retorno.

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A suspensão dos recursos à Operação Acolhida será um dos temas discutidos em uma reunião convocada por Lula à tarde com ministérios envolvidos na deportação de brasileiros dos Estados Unidos. O encontro vai discutir as questões migratórias envolvendo esta situação e a recente crise dos deportados.

Segundo a entidade, de abril de 2018 até dezembro de 2024, a Operação Acolhida fez a interiorização de mais de 144 mil venezuelanos a partir do estado de Roraima. Eles recebem serviços humanitários e são encaminhados para casas de passagem e condições de reinício no país.

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