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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello| Foto: Carolina Antunes/PR
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que estados podem iniciar a vacinação contra a Covid-19 ainda nesta segunda-feira (18), a partir das 17 horas. A declaração ocorreu durante uma cerimônia com governadores em um centro logístico da pasta em Guarulhos, na Grande São Paulo, que marca o envio dos primeiros lotes da Coronavac.

"Fica combinado que agente distribui tudo hoje e começa ao final do dia, em princípio, às 17h. A gente marca não antes das 17h, mas se alguém tiver delongas, faz parte da missão", disse. "Quem puder começar às 18h, mas o importante é que comece hoje, ao final do dia. Esse é nosso combinado", afirmou. A data inicial prevista era quarta-feira (20), às 10 horas.

Ao todo, serão distribuídas aos estados quase 6 milhões de doses da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A distribuição será feita com aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e caminhões com áreas de carga refrigeradas, além do apoio das companhias aéreas Azul, Gol, Latam e Voepass.

De acordo com o Ministério da Saúde os primeiros voos partem de São Paulo para 10 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

Vacinação em São Paulo

O estado de São Paulo iniciou a vacinação no domingo (17) minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, distribuída no Brasil pela Fiocruz.

A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, que trabalha há oito meses na linha de frente do combate ao coronavírus no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, foi a primeira brasileira a receber uma dose da vacina Coronavac. A profissional da saúde tem perfil de alto risco para complicações da Covid-19 por ser obesa, hipertensa e diabética.

A vacinação ocorreu durante cerimônia no Hospital das Clínicas na capital paulista, com o governador João Dória (PSDB), que criticou o governo federal e defendeu a autonomia da Anvisa. Mais cem de 100 profissionais, entre médicos enfermeiros, também receberam o imunizante.

Troca de acusações

A solenidade de Dória irritou o presidente da República, Jair Bolsonaro, segundo informaram fontes palacianas à Gazeta do Povo. Conforme assessores próximos a Bolsonaro, o presidente da República enxergou no gesto uma tentativa de Doria obter uma imagem marcante para incluir em sua campanha eleitoral para 2022.

A insatisfação do governo federal também ficou clara na coletiva concedida pelo ministro da Saúde. “Senhores governadores, não permitam movimentos político-eleitoreiros se aproveitando da vacinação em seus estados. O nosso único objetivo neste momento tem de ser o de salvar mais vidas, e não o de fazer propaganda própria”, disparou Pazuello.

“A vacina é uma lição para vocês, autoritários que desprezam a vida, que não têm compaixão, que desprezam a atenção, a dedicação e a necessidade de proteger os brasileiros. Vocês não fizeram isso”, rebateu Doria.

Na coletiva pós-liberação da Coronavac, o ministro da Saúde alegou que as pesquisas de desenvolvimento da vacina foram arcadas com recursos da União. Doria, por sua vez, classificou a informação como mentirosa.

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