Ministro Alexandre de Moraes, do STF, recebeu o relatório da PF com 37 indiciamentos por tentativa de golpe.| Foto: Gustavo Moreno/STF
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O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou nesta sexta-feira (22) a justiça brasileira por consagrar o "crime de opinião e de pensamento". A crítica ocorre um dia depois da Polícia Federal (PF) indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por suposta tentativa de golpe de Estado.

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"Depois do crime de opinião, alguns malucos agora querem consagrar o crime de pensamento. Se você se coloca contra pode ser acusado das piores coisas", escreveu Pimenta na rede X.

Para Pimenta, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) criou o "crime de opinião, uma política de ditadura". Segundo ele, "o crime real se caracteriza por um fato, uma ação. Pensar, falar e discutir não é crime".

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"É um crime intelectual. Os caras trocaram mensagem no aplicativo. Tudo bem que eles são idiotas. Você vai dar um golpe de Estado e você troca mensagem no aplicativo. Mas, enfim, eles não fizeram nada. Nem compraram as armas, nada", enfatizou o presidente do PCO.

O relatório com os 37 indiciamentos, que expõe a tentativa do golpe em mais de 800 páginas, foi entregue ao ministro Moraes. O documento será submetido à Procuradoria-geral da República (PGR) que terá duas semanas para decidir se concorda com os pedidos de indiciamento, pede arquivamento ou indica novas diligências.

Os citados serão indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

"Não aconteceu nada" de golpe

Em uma outra publicação, no perfil oficial do PCO, Rui Costa Pimenta destacou que "os generais são golpistas, mas é preciso analisar a realidade". Ele disse que não nega que o golpe "tivesse algum fundo de realidade", mas reforça que "não aconteceu nada".

"O problema é o seguinte: o militar brasileiro é golpista. Para que servem as Forças Armadas brasileiras? Para dar golpes de Estado. Eles não fazem mais nada. Não há guerras em que participem. A fronteira amazônica, que muitos criticam por estar desprotegida, continua abandonada. De vez em quando, eles são chamados para socorrer enchentes no Rio Grande do Sul, mas só isso", explicou o presidente do PCO.

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Pimenta ainda acrescentou que "o Exército brasileiro é o maior da América Latina, com quase 700 mil efetivos, e é o mais bem armado". "Para que serve tudo isso? Contra quem eles vão lutar? A resposta é clara: é para dar golpes de Estado", disse.

"Então, afirmar que o militar brasileiro quer dar golpe não surpreende. Agora, uma coisa é querer dar o golpe, outra coisa é conseguir dar o golpe. São situações completamente diferentes", completou

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]