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Após prisão no caso Marielle

Pedido de cassação de Chiquinho Brazão chega ao Conselho de Ética na Câmara

Leur Lomanto Júnior garantiu que dará celeridade ao pedido de cassação de Chiquinho Brazão (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias)

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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recebeu nesta quarta-feira (27) o pedido de cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (RJ), apresentado pelo partido do Psol na última segunda-feira (25). O recebimento foi confirmado pelo presidente do conselho, Leu Lomanto Júnior (União-BA).

Segundo Lomanto Júnior, o relator do caso deverá ser sorteado na próxima reunião do conselho, na segunda semana de abril, e garantiu que dará celeridade ao processo.

O Psol pede a cassação do mandato de Brazão por quebra do decoro parlamentar, após ele ser preso por ser um dos suspeitos entre os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.

A prisão de Brazão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo (24). Além do deputado, também foram presos o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

“O deputado federal Chiquinho Brazão desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades. A sua cassação é uma necessidade: a cada dia que o representado continua como deputado federal, é mais um dia de mácula e de mancha na história desta Câmara”, diz representação do partido.

O Psol apontou que a cassação é necessária para evitar que o deputado utilize do cargo para obstruir a Justiça. A Constituição prevê a perda do mandato do deputado ou senador “cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar”. Na noite de domingo (24), o União Brasil decidiu expulsar Chiquinho Brazão do partido. A sigla informou que o pedido cautelar de expulsão, com o cancelamento da filiação partidária do parlamentar, foi aprovado por unanimidade.

A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-RJ) reclamou da demora do recebimento do pedido de cassação. Segundo a parlamentar, em outros casos, as representações foram enviadas em menos de 24 horas pela Mesa Diretora ao Conselho de Ética. Como exemplo, ela citou a representação do PL contra seis deputadas acusadas de quebrar o decoro parlamentar durante a aprovação do projeto do marco temporal de terras indígenas (PL 490/07), em maio do ano passado.

O ofício sobre a prisão de Brazão aguarda análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A decisão prevista para terça-feira (26) foi adiada após solicitação conjunta de vista e deve ser retomada na próxima semana, após duas sessões no plenário.

Segundo a Constituição, a prisão de um deputado precisa ser chancelada pela Câmara. Após a votação do parecer pela CCJ, o caso ainda será analisado pelo Plenário da Casa, que, por maioria absoluta (257 votos), dará a palavra final em votação aberta e nominal.

*Com informações da Agência Câmara

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