Lula e deputados do PT buscam atribuir a Bolsonaro e Damares Alves a responsabilidade pela crise sanitária na etnia Yanomami em Roraima.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Polícia Federal abriu um inquérito nesta quarta-feira (25) para investigar a suposta prática de genocídio e de crimes ambientais causados pelo garimpo ilegal na região do povo Yanomami, em Roraima, segundo informações da GloboNews. A ação acontece após uma determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), que na segunda-feira (23) encaminhou um ofício com o pedido ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. A investigação será conduzida pela superintendência de Roraima.

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“O presidente Lula determinou que as leis sejam cumpridas em todo o país. E vamos fazer isso em relação aos sofrimentos criminosos impostos aos Yanomami. Há fortes indícios de crime de genocídio, que será apurado pela PF”, afirmou Dino no último sábado (21), quando visitou a região com uma comitiva do governo federal que viajou ao local para verificar a situação os indígenas e decretou estado de emergência.

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 99 crianças do povo Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região. Os dados são referentes a 2022 e as vítimas foram crianças entre um a 4 anos. As causas da morte são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia. A pasta estima ainda que ao menos 570 crianças foram mortas nos últimos quatro anos pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome na região.

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Deputados do PT pedem investigação contra Bolsonaro

No domingo (22) deputados do PT acionaram o Ministério Público Federal (MPF) com pedido de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), que comandou o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, por suposto cometimento do crime de genocídio contra indígenas Yanomami.

Uma reportagem da Gazeta do Povo mostra que desde 1991 a situação caótica dos Yanomami vem sendo documentada pelo Instituto Socioambiental (ISA). Ex-integrantes da Funai e Sesai atribuem o fato de não terem conseguido resolver a situação de crise humanitária, que existe há décadas -  inclusive em governos anteriores do atual presidente Lula (PT) - pelas dificuldades de acesso para ir até as aldeias, pelas circunstâncias dessas tribos específicas e também pela chegada de outros yanomami vindos da Venezuela.