A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (2) uma operação contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e membros do governo estadual. Os agentes da PF cumpriram 19 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária nas cidades de Manaus e Porto Alegre em um desdobramento da quarta fase da Operação Sangria.
A sede do governo do Amazonas e a Secretaria de Saúde foram alvos da investigação sobre possíveis irregularidades na construção do hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus. A ação apura supostos crimes de organização criminosa, fraude à licitação e desvio de recursos públicos envolvendo empresários e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado.
O secretário de Saúde Marcellus Campêlo, o empresário Nilton Consta Lins Júnior e outras quatro pessoas são alvos de mandado de prisão.
De acordo com as investigações, "há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do Governo do Estado, de um hospital de campanha".
"Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem, todos os três firmados em janeiro de 2021 com o Governo do Amazonas, cujos serviços são prestados em apoio ao hospital de campanha, contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados", indicou ainda a PF em nota.
PF foi recebida a tiros por investigado
Durante o cumprimento de uma das ordens de prisão, contra Nilton Costa Lins Júnior, a PF foi recebida a tiros ao chegar na residência do empresário no bairro Flores, na zona centro-Sul de Manau. Ninguém ficou ferido e o mandado de prisão temporária contra o empresário foi cumprido.
O incidente foi comentado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo durante sessão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta. Os ministros analisam uma das duas denúncias apresentadas contra o governador Wilson Lima por irregularidades na compra de respiradores para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Lindôra disse que a situação foi "bastante constrangedora", "perigosa" e "suis generis".
O advogado da família de Nilton Lins argumentou que foi um tiro para cima como sinal de advertência e foi feito porque a família foi alvo de um assalto em outubro do ano passado. Na época, bandidos fizeram a família refém e o empresário pensou que se tratava de novo assalto a sua casa.
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