O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta terça (11) que investigadores descobriram uma outra joia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que teria sido negociada nos Estados Unidos e que não estava no foco da investigação.
A descoberta foi feita durante diligências dos agentes no país norte-americano sobre os itens de luxo do acervo presidencial que teriam sido supostamente desvisados para venda. Em agosto do ano passado, uma operação mirou o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid, como operadores.
“A nossa diligência localizou que, além dessas joias que já sabíamos que existiam, houve negociação de outra joia que não estava no foco dessa investigação. Não sei se ela já foi vendida ou não foi. Mas houve o encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior. Tecnicamente falando, isso robustece a investigação que se tem feito”, disse Rodrigues durante uma entrevista coletiva, mas sem citar detalhes.
Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre esta informação da PF.
Andrei Passos Rodrigues afirmou que a expectativa é de que a investigação sobre as joias e presentes oficiais seja concluída ainda neste mês – assim como a apuração sobre fraudes no cartão de vacinação.
Segundo o diretor-geral da PF, as diligências ocorreram no âmbito de uma cooperação internacional com o FBI, o órgão dos Estados Unidos equivalente à autoridade, autorizada em outubro do ano passado.
As investigações, segundo o relatório do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontam que Lourena Cid seria o responsável por negociar os presentes nos Estados Unidos, recebendo os valores em uma conta bancária aberta na filial do Banco do Brasil na Flórida, o BB Americas.
"Na análise realizada, a Polícia Federal identificou mensagens enviadas por Lourena Cid a seu filho Mauro Cid, na data de 12 de junho de 2022, com dados de uma conta bancária no BB Américas, em que o número da conta tem os mesmos quatro últimos dígitos da conta que aparece no recibo de saque acima descrito [US$ 6 mil sacados no dia 18 de janeiro de 2023], indicando que a referida conta bancária pertence, possivelmente, a Mauro Cesar Lourena Cid", diz o inquérito sobre a tentativa de venda de alguns dos presentes que teriam sido desviados da incorporação ao acervo da União.
A conta recebeu, no dia seguinte ao envio dos dados, recursos da venda de um relógio de luxo recebido por Bolsonaro do governo da Arábia Saudita em 2019.
Entre os presentes recebidos pelo ex-presidente Bolsonaro que teriam sido desviados, estão esculturas, joias e relógios das marcas Chopard, Rolex e Patek Philippe, com certificados de autenticidade, presenteados pelos governos da Arábia Saudita, Barein e Catar.
O inquérito aponta que os objetos "foram levados de forma oculta para os Estados Unidos, na data de 30 de dezembro de 2022, por meio de avião presidencial, e encaminhados para lojas especializadas nos estados da Flórida, Nova York e Pensilvânia, para serem avaliados e submetidos à alienação, por meio de leilões e/ou venda direta".
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