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Atentado a Bolsonaro
Investigação havia sido retomada e apontou que Bispo agiu sozinho em 2018.| Foto: reprodução/Youtube

A Polícia Federal anunciou, na manhã desta terça (11), que concluiu a investigação que apurava o atentado a faca sofrido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, e reforçou que o homem preso na época, Adélio Bispo, agiu sozinho.

A autoridade afirmou, em uma nota à imprensa, que “houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso” e pediu o arquivamento do inquérito policial.

Segundo a PF, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para uma nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos. “Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com os fatos investigados”, apontou.

Ainda de acordo com a PF, o relatório final foi apresentado atendendo a novas solicitações do Ministério Público Federal, e agora aguarda a manifestação do Juízo.

Suspeita de ligação com o PCC

A conclusão da investigação ocorre pouco mais de um ano depois da própria autoridade conduzir uma apuração que teria encontrado indícios de que a defesa de Bispo pode ter sido paga pela facção criminosa PCC, segundo reportou a Folha de São Paulo na época.

A PF não confirmou a informação ao ser procurada pela Gazeta do Povo. A apuração do jornal apontou que um dos advogados que defendeu Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, teria recebido pagamentos de integrantes do PCC dois anos depois do atentado contra o ex-presidente.

Magalhães negou o envolvimento e disse que os repasses tiveram relação com a defesa de outros clientes, não a Adélio. Foram, pelo menos, quatro indícios de pagamentos apontados, entre eles a descoberta por meio do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de pagamentos fracionados de R$ 315 mil realizados em 2020 por pessoas supostamente ligadas à facção para uma empresa no nome do advogado.

E, ainda, um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”. Segundo a apuração, o grupo tinha a participação do advogado Zanone Oliveira Junior, que estava à frente da banca de defesa de Adélio, com conversas que relatavam a preocupação com o fato de Magalhães ter atuado na defesa de membros do PCC.

Na época das investigações, Zanone disse à PF que teria cobrado entre R$150 mil e R$ 300 mil caso tivesse ficado na defesa até eventual chegada de recursos ao Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações apontaram que Adélio agiu sozinho no atentado, por insanidade mental segundo repetidos laudos psiquiátricos feitos em diversas etapas da apuração, o que o levou a ser considerado inimputável e a cumprir medidas de segurança na penitenciária federal de Campo Grande (MS).

Relembre o caso

Durante a campanha eleitoral à presidência da República em 2018, ainda no PSL, Bolsonaro foi atacado enquanto era carregado por apoiadores durante uma caminhada na região central da cidade mineira de Juiz de Fora. Adelio Bispo de Oliveira foi detido em flagrante após ser segurado por populares.

Em 2019, o agressor foi diagnosticado com transtorno delirante permanente paranoide e, por isso, considerado inimputável.

No entanto, Bolsonaro afirmou, anos depois, que o atentado foi promovido “por um militante de esquerda” e que pensou na “filha pequena” no momento. A facada, para ele, também foi “um atentado a democracia”.

“Foram momentos de muita dor e sofrimento. Nos minutos de consciência, o que surgia na memória era a minha filha pequena. Mas graças às orações de milhões de brasileiros, ao incrível trabalho dos profissionais da Santa Casa e a vontade de Deus, fui presenteado com uma nova vida”, disse Bolsonaro em uma publicação nas redes sociais em 2022, quando o crime completou quatro anos.

Durante a missa naquele dia, Bolsonaro afirmou que “mesmo em meio a todo o caos, pude sentir o apoio de cada brasileiro. Desde então, esse apoio tem sido fundamental para permanecermos de pé e vencermos grandes desafios”.

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