A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta segunda-feira (29) sete mandados de busca e apreensão em gráficas e na sede do PSL de Minas Gerais para investigar o esquema das candidaturas laranjas do partido no estado.
As buscas na manhã desta segunda foram autorizadas pela Justiça e, além da sede do PSL em Belo Horizonte, estão sendo feitas também em gráficas e empresas que declararam ter prestado serviços para as candidatas laranjas. Ao todo, são sete mandados de busca e apreensão.
Ministro não é alvo da operação
As investigações começaram após reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirmar em fevereiro que o hoje ministro do Turismo de Jair Bolsonaro (PSL), Marcelo Álvaro Antônio, teria comandado um esquema de candidatas laranjas em Minas durante as eleições, quando comandava o partido no estado.
Álvaro Antônio não é alvo das buscas e operações. Por ser ministro, ele só pode ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente Jair Bolsonaro diz que aguarda as investigações para decidir se mantém ou não o ministro na Esplanada. Álvaro Antônio nega ter patrocinado o esquema de laranjas. Apesar disso, o PSL de Minas ainda continua sob influência do ministro: vários diferentes são ex-assessores e aliados de para esses postos.
Entenda o caso
Verba pública para financiar a campanha eleitoral de quatro candidatas voltou para empresas ligadas a assessores e ex-assessores do gabinete do hoje ministro de Bolsonaro. Apesar de figurar como campeãs no recebimento desses recursos públicos, essas candidatas tiveram votação inexpressiva e não apresentaram sinais de terem feito campanha efetiva.
Outras candidatas e a deputada federal Alê Silva (MG) acusam o ministro de chefiar o esquema.
Laranjas também foram lançadas pelo PSL de Pernambuco, comandado politicamente pelo presidente nacional da sigla, Luciano Bivar.
O caso do laranjal do PSL já resultou na queda do ministro da secretaria-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou a legenda interinamente nas eleições.