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Estevam Theophilo
General Estevam Theophilo comandava os chamados “kids pretos” que prenderiam Moraes se decreto de estado de sítio fosse assinado.| Foto: Sgt. Sionir/Exército

O general Estevam Theóphilo Gaspar de Oliveira será ouvido nesta sexta (23), pela Polícia Federal, por envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado que, segundo a autoridade, pretendia manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O depoimento está marcado para às 14h30, segundo revelaram fontes à Gazeta do Povo, e será o único desta sexta (23). Na quinta (22), outras 11 pessoas estiveram na PF para prestar esclarecimentos, entre eles Bolsonaro, Valdemar Costa Neto (presidente do PL), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), militares e ex-assessores do ex-presidente.

Segundo as investigações da PF, Oliveira fazia parte do “núcleo de alta patente com influência e apoio a outros núcleos”, na suposta estrutura montada para a “consumação do golpe de Estado”.

Oliveira era comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), do Exército, e responsável pelo emprego do Comando de Operações Especiais, que abrange os chamados “kids pretos”. A força especial seria responsável pela prisão do ministro Alexandre de Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim que o decreto que estabelecia um estado de sítio fosse assinado pelo presidente.

“No dia 9 de dezembro de 2022, Estevam Theophilo se reuniu com o então presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Alvorada, e, de acordo com os diálogos encontrados no celular de Mauro Cid, teria consentido com a adesão ao Golpe de Estado desde o que presidente assinasse a medida”, disse a PF no despacho que autorizou a Operação Tempus Veritatis no começo do mês e que mirou Bolsonaro, aliados e militares.

A PF afirma que a unidade de Oliveira seria “fundamental, pois seria a unidade militar que tem, sob sua administração, o maior contingente de tropas do Exército”.

As investigações apontam que Bolsonaro teve acesso e pediu mudanças na suposta minuta que decretaria estado de sítio no país para, entre outros pontos, prender Moraes, Gilmar Mendes e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A tentativa de golpe de Estado, no entanto, diz a PF, não prosperou por conta principalmente da falta de adesão de militares da cúpula, entre eles o general Freire Gomes, que passou a ser hostilizado por outros militares ligados ao ex-presidente.

Além de Estevam Theophilo, que será ouvido nesta sexta (23), compareceram à PF na quinta (22) os militares Augusto Heleno (ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional); Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro em 2022); Paulo Sergio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Mario Fernandes (ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência).

Eles permaneceram em silêncio por não terem acesso à integridade dos autos – inclusive as declarações dadas por Mauro Cid no acordo de delação premiada.

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