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PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por blitz nas eleições de 2022
PF aponta que Torres e Vasques teriam atuado para dificultar deslocamento de eleitores no Nordeste, onde Lula aparecia em vantagem no pleito. Na imagem, o ex-chefe da PRF Silvinei Vasques.| Foto: Alan Santos/Presidência da República.

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, pela realização de blitz no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Os dois ocuparam os cargos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a investigação, as operações teriam sido realizadas para reter eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Agentes da PRF atuaram principalmente no Nordeste, onde Lula aparecia em vantagem nas pesquisas eleitorais em relação ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).

A PF também indiciou outros quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça, informou o portal g1. Eles foram indiciados com base no artigo 359-P, do Código Penal, definido por ações que visam “restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

Neste caso, a pena prevista é de 3 a 6 anos de reclusão, multa, além da pena correspondente à violência. A PF também pediu ao STF mais tempo para interrogar os indiciados e para concluir o relatório final da investigação.

Operações da PRF no 2º turno das eleições de 2022

Um dia antes do 2º turno, Moraes, que era o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado às eleitoras e eleitores.

O ministro informou que o descumprimento poderia acarretar responsabilização criminal do chefe da PRF, por desobediência e crime eleitoral, bem como dos respectivos executores da medida.

No mesmo dia, Silvinei Vasques chegou a fazer uma publicação em rede social pessoal pedindo votos a Bolsonaro. A postagem foi apagada. Apesar da ordem de Moares, a PRF teria intensificado operações de fiscalização pelo país, principalmente no Nordeste.

O então presidente do TSE intimou Vasques a prestar explicações após denúncias sobre o caso. Vasques disse ao ministro que as intervenções corriqueiras e que nenhum eleitor foi impedido de prosseguir a viagem. Pela tarde, no dia do pleito, Moraes determinou a liberação do trânsito e anunciou que o caso seria investigado.

Em julho do ano passado, o ex-chefe da PRF disse ser alvo de uma " falsa narrativa" e negou qualquer interferência nas eleições para beneficiar Bolsonaro ao prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

Na ocasião, ele buscou eximir Torres, ex-ministro da Justiça e seu superior na PRF, de responsabilidade nas supostas operações direcionadas.

Torres e Silvinei chegaram a ser presos em 2023

Silvinei Vasques chegou a ser preso em agosto de 2023 por suposto uso irregular da máquina pública para interferir no processo eleitoral, impedindo ou dificultando o trânsito de eleitores.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, concedeu liberdade provisória a Vasques no último dia 7. Anderson Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023 por suposta omissão para conter os atos de 8 de janeiro. Moraes mandou soltar o ex-ministro da Justiça no dia 11 de maio de 2023.

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