Um militar da Marinha do Brasil e o irmão foram indiciados pela Polícia Federal por ameaças à família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi concluída na segunda (4) e divulgada pela autoridade nesta terça (5).
De acordo com a PF, a apuração de “ameaças e perseguições contra familiares” de Moraes teve início em abril “após uma série de correspondências eletrônicas terem sido encaminhadas ao trabalho da esposa do ministro da Suprema Corte”.
À Gazeta do Povo, a Marinha do Brasil (MB) informou que "não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário". "A MB permanece à disposição da Justiça para prestar as informações, no que lhe couber, necessárias ao andamento das investigações", completou.
Embora a PF não tenha explicitado a patente do militar, o jornal O Globo apurou que um dos indiciados é um fuzileiro naval que foi preso com o irmão, em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) por determinação de Moraes. A autoridade não comenta sobre investigados.
“Foram realizadas as diligências necessárias, com autorização judicial, e verificou-se que os e-mails, um total de 41, teriam sido enviados por dois irmãos, um deles militar da Marinha do Brasil. Para perpetrar a ação, eles criaram duas contas de e-mail e, a partir destas, diversas outras, com intuito de encobrir quem de fato praticava os crimes”, disse a PF em nota.
A autoridade afirma que o militar e o irmão foram indiciados pelo crime de “abolição do Estado Democrático de Direito” ao tentar atingir um ministro do STF “com emprego de grave ameaça” para “restringir o exercício da atividade jurisdicional”.
Ainda segundo a apuração d’O Globo, o alvo das ameaças era a filha de Moraes. As mensagens, aponta, tinham inclusive detalhes da rotina da família, incluindo o trajeto e locais por onde passavam.
A defesa do militar afirmou que recebeu “com surpresa” a informação de indiciamento dele e do irmão pela falta de elementos concretos que os vinculasse às ameaças.
“Ao contrário, consta nos autos em manifestações tanto da PGR quanto da PF que, mesmo após a prisão dos investigados, e-mails com conteúdo de ameaça à família do Exmo. Ministro Alexandre de Moraes continuaram a ser enviados, o que só demonstra que não são os investigados os autores das condutas criminosas”, disse o advogado Darlan Almeida em nota.
Ele ainda afirmou esperar que a PGR arquive a investigação “diante da ausência de elementos mínimos que aponte para qualquer envolvimento dos investigados com as condutas criminosas apuradas”.
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