Operação teve mandados expedidos pela Justiça de Belo Horizonte e mirou alvos no Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Dois mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta quarta (8) contra um grupo suspeito de atos preparatórios de terrorismo. A Operação Trapiche busca obter provas de possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos terroristas no país ligados ao Hezbollah.

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Segundo a corporação, os mandados foram expedidos pela Justiça de Belo Horizonte e foram cumpridos no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais e São Paulo, onde foram cumpridas as prisões temporárias.

Informações preliminares apontam que o grupo tinha ligação com organizações terroristas do Oriente Médio, segundo apurações da GloboNews e dos jornais O Globo e Folha de São Paulo. A Polícia Federal teria descoberto um possível esquema de financiamento do grupo Hezbollah para o recrutamento de brasileiros para a prática de atos terroristas em território nacional.

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O grupo, apontam as apurações, planejava promover atentados contra edifícios da comunidade judaica no Brasil, como sinagogas e outras estruturas.

Um dos suspeitos foi preso ao desembarcar no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, vindo de uma viagem ao Líbano. A PF acredita que ele chegou ao país com informações para praticar os ataques. Ele e o outro detido no estado são descendentes de libaneses.

Há informações, ainda, que outras duas pessoas com dupla nacionalidade são monitoradas pela PF e continuam no Líbano. Apuração aponta que a Interpol foi acionada para cooperar nas buscas pelos dois brasileiros no país árabe, com a inclusão dos nomes na chamada "Difusão Vermelha".

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou, através de uma nota no começo da tarde, que a prisão dos suspeitos de ligação com o Hezbollah gerou "enorme preocupação", e que o "terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira".

"A Conib parabeniza a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça pela sua ação preventiva e reitera que os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo", disse a entidade (veja na íntegra).

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O Hezbollah tem se posicionado contra Israel no contra-ataque ao grupo terrorista Hamas, e mirou a artilharia ao exército israelense a partir da fronteira Sul do Líbano -- o que abriu uma nova frente na guerra no Oriente Médio que começou há um mês.

A organização extremista muçulmana parabenizou o Hamas pelos ataques a Israel no dia 7 de outubro e afirmou que "o inimigo pagará o preço pelos seus crimes contra civis", disse o Hezbollah à Reuters sobre a ofensiva israelense que ocasionado a morte de civis na Faixa de Gaza.

Essa suspeita está sendo rastreada pela polícia, segundo a apuração, com a operação interrompendo a preparação destes atos. A PF afirmou que não se pronuncia sobre investigações em curso.

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Segundo a PF, os recrutadores e os recrutados podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, com penas que podem chegar a 15 anos e 6 meses de reclusão.

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Ainda de acordo com a autoridade, os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto. O cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

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