Ouça este conteúdo
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quarta (24), três mandados de busca e apreensão na cidade de Barueri, no interior de São Paulo, como uma extensão da 23ª fase da Operação Lesa Pátria.
Os mandados foram cumpridos contra pessoas que supostamente planejaram, financiaram e incitaram os atos de 8 de janeiro de 2023 que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Informações preliminares apontam que o alvo é um empresário que teria contratado um ônibus para levar manifestantes a Brasília e participado na orientação deles à invasão aos prédios públicos.
Segundo a PF, essa extensão da 23ª fase ocorreu por conta de uma “conveniência investigativa”. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fase em si da operação foi deflagrada no dia 8 de janeiro de 2023, data do primeiro ano dos atos de vandalismo contra os prédios públicos, em que foram pedidos 46 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em 11 estados e no Distrito Federal.
A operação teve como alvo pessoas apontadas como financiadores dos atos, como um empresário da Bahia que teria contratado um ônibus para levar manifestantes a Brasília.
Naquela fase, os mandados de busca e apreensão foram determinado para o DF (5) e no Rio Grande do Sul (13), Bahia (3), Mato Grosso (10), Goiás (2), Minas Gerais (2), Maranhão (4), Paraná (1), Rondônia (1), São Paulo (1), Tocantins (3) e Santa Catarina (2).
A PF afirma que os investigados nesta fase podem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.
Por outro lado, a PF informou que esta fase da Lesa Pátria não tem relação com a última deflagrada na semana passada, a 24ª, que mirou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). A operação do último dia 18 apontou uma suposta ligação do parlamentar com um manifestante que pedia orientações sobre como proceder para bloquear rodovias brasileiras após o segundo turno da eleição presidencial de 2022.
A ofensiva contra Jordy gerou reação, com a oposição questionando a decisão de Moraes de mirar o líder do grupo na Câmara. Ele teve o gabinete no Congresso e a casa em Niterói (RJ) vasculhados pelos agentes, com a apreensão de itens como uma arma e equipamentos eletrônicos.
"Nunca incentivei, nunca financiei, não tenho relação alguma com o 8 de janeiro e com ninguém dessas pessoas que foram para os quartéis. Aí eles [policiais federais] dizem que há mensagens minhas com pessoas, que eu seria um mentor ou articulador do 8 de janeiro e de bloqueios de estrada. Mentira, eu nunca tive acesso a nenhum desses autos", disse Jordy no dia pouco antes de prestar depoimento à Polícia Federal.