PF quer apurar suposto envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra de sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de venda de joias e presentes recebidos ao longo do governo. As informações são do jornal Estadão.

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Segundo o jornal, a PF também quer ouvir novamente o ex-presidente para apurar possível ligação entre Bolsonaro e a venda de joias e objetos de valor realizada por ex-assessores.

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro também deve ser ouvida pela PF, após ter sido mencionada em uma das conversas sobre as joias. Em conversas interceptadas pela PF, entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros ex-assessores de Bolsonaro, Michelle é lembrada por um presente que teria “sumido”.

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A PF também decidiu acionar o FBI para avançar nas investigações nos Estados Unidos, após descobrir que um kit de joias masculinas recebido pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem à Arábia Saudita em 2021, estava à venda em um site de leilões dos Estados Unidos em fevereiro deste ano.

Na manhã desta sexta-feira (11), a PF realizou mandados de busca e apreensão contra o general Lourena Cid; o tenente-coronel Mauro Cid; outro ex-ajudante de ordens, o tenente Osmar Crivelatti; e o advogado Frederick Wassef, defensor da família Bolsonaro, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a que a Gazeta do Povo teve acesso.

A ação da PF faz parte da operação Lucas 12:2 desencadeada no âmbito das investigações que apuram o recebimento de presentes oficiais pelo governo do ex-presidente – entre eles os conjuntos de joias recebidos da Arábia Saudita – e que não foram incorporados ao patrimônio da União.

Defesa Bolsonaro

Após tomar conhecimento do pedido da PF, a defesa de Bolsonaro afirmou nesta sexta (11) que ele coloca sua movimentação bancária à disposição das autoridades. Segundo o comunicado, o presidente "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos".

No comunicado enviado à imprensa, a defesa do ex-presidente reforça que as joias e presentes foram entregues voluntariamente, em março deste ano, junto a uma petição entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU).

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"Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU -- ainda em meados de março, p.p. --, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”, reforça a defesa.

Os advogados de Bolsonaro também reiteram que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”.