Quatro policiais civis do Rio de Janeiro foram presos na manhã desta quinta (19) por suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho. A Operação Drake, da Polícia Federal, foi desencadeada um dia depois do governador Cláudio Castro (PL-RJ) trocar o comando da corporação após apenas 22 dias.
As investigações apontam que os quatro agentes teriam auxiliado a facção criminosa na venda de 16 toneladas de maconha e escoltado a carga até uma favela dominada por traficantes. Um advogado supostamente ligado ao grupo também foi preso. Os mandados foram expedidos pelo Ministério Público do RJ.
Os cinco mandados de prisão foram emitidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende, e os agentes foram detidos em endereços na capital fluminense e em Saquarema, incluindo a Cidade da Polícia, onde a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) está localizada.
Os policiais civis envolvidos na operação haviam deixado a DRFC em setembro, quando houve uma mudança na chefia da delegacia, e foram alocados em diferentes unidades.
De acordo com as autoridades, em agosto deste ano, duas viaturas da DRFC abordaram um caminhão na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro, o qual já estava sob vigilância da PF e transportava 16 toneladas de maconha.
“Após escoltarem o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, os policiais civis negociaram, por meio de um advogado, a liberação da carga entorpecente e a soltura do motorista, mediante o pagamento de propina”, afirmou a PF em comunicado.
A carga de maconha foi descarregada pelos criminosos após ser escoltada até os acessos de Manguinhos por três viaturas ostensivas da DRFC.
Além dessa operação, o governo do Rio de Janeiro também viu mudanças na Secretaria de Polícia Civil, com a nomeação do delegado Marcus Vinícius Amim Fernandes como novo secretário da corporação, após a exoneração do delegado José Renato Torres do Nascimento.
Um projeto de lei alterou a Lei Orgânica da Polícia Civil e permitiu que delegados com menos de 15 anos no cargo assumam o comando da Secretaria. Amim tem 12 anos na função e foi nomeado por Castro.
As mudanças geraram críticas de entidades de classe que representam policiais civis e delegados, que alegam interferência política nas nomeações. “Infelizmente, a prática corriqueira de interferências políticas diretas na escolha do chefe da Polícia Civil pelos mais diversos agentes externos, se tornou tão banal e escancarada no Estado do Rio de Janeiro que não causa mais sequer surpresa ou perplexidade a sociedade carioca”, disseram sindicatos ligados a delegados e agentes da corporação.
Cláudio Castro não comentou a crítica das entidades.
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