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A Polícia Federal prendeu nesta quarta (18) o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista (RR) e o subcomandante da Polícia Militar do estado por suspeita de compra de votos nas eleições deste ano e a possível de ligação com o tráfico de drogas.
Genilson Costa (Republicanos-RR), que preside o legislativo municipal da capital roraimense, e o coronel Francisco Chagas Lisboa foram dois dos 14 mandados de prisão temporária que são cumpridos no âmbito das investigações da Operação Martellus. Também há outros 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral do estado.
“O inquérito policial aponta que o vereador, que já foi investigado em outros momentos por diversos crimes, teria recebido patrocínio do tráfico para o exercício de suas atividades parlamentares, inclusive, para a disputa à presidência da casa legislativa municipal”, disse a PF em nota sobre a operação.
As defesas de Costa, Lisboa e a própria Câmara Municipal de Boa Vista ainda não se pronunciaram sobre a operação.
De acordo com a autoridade, as investigações foram iniciadas um dia antes do primeiro turno da eleição municipal deste ano com a prisão em flagrante de dez pessoas por corrupção eleitoral. Um deles teria a função de cooptar eleitores para votar em Genilson Costa, que disputava a reeleição.
A investigação aponta que os eleitores teriam recebido entre R$ 100 e R$ 150 para vender o voto a ele, que acabou reeleito ao cargo. Ele, no entanto, foi preso em flagrante pela Polícia Federal no dia da eleição após o cumprimento de mandados de busca e apreensão pelos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e armazenar ouro em forma bruta em casa.
Genilson Costa foi liberado pouco depois após a defesa conseguir um habeas corpus na justiça.
“O esquema, que seria liderado pelo candidato, contaria com apoio de agentes públicos, incluindo um oficial da Polícia Militar do estado de Roraima que manteria o vereador informado sobre denúncias recebidas sobre a compra de votos investigada”, completou a PF sobre a participação do coronel da PM.
A autoridade informou, ainda, que Costa possuía um grupo em aplicativo de mensagens para monitorar a prestação de contas do esquema. “Ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos”, completou.
Os investigados, segundo a Polícia Federal, podem ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.