PGR defendeu o arquivamento do pedido apresentado pela bancada feminina do Psol contra o governador Tarcísio de Freitas.| Foto: Sergio Barzaghi/Governo do Estado de SP.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a inclusão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O pedido partiu da bancada feminista do Psol.

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As parlamentares do Psol argumentaram que, após o fim do sigilo do relatório da Polícia Federal sobre o caso, “foi possível verificar que o representado [Tarcísio] esteve no Palácio da Alvorada no dia 19.11.2022, ocasião em que teria sido discutida a ‘minuta do golpe’ pelos investigados”.

A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 39 pessoas na investigação. Para a bancada do Psol, “parece pouco crível e improvável que em meio ao furor da trama que intentava subverter a ordem democrática, o governador fiel assecla de Jair Bolsonaro, tenha comparecido ali apenas para tratar de amenidades ou ali passou para somente um ‘cafezinho’ com o ex-presidente”.

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No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou que não há elementos que indiquem a participação de Tarcísio na reunião ou na articulação do suposto golpe. Além disso, Gonet afirmou que a PF tem conhecimento do controle de saída e entrada do Palácio da Alvorada na ocasião.

“Não há, assim, qualquer nova circunstância ou fato que justifique a adoção de providências pela Procuradoria-Geral da República ou pela Corte”, disse o PGR. Gonet defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) arquive o pedido da bancada feminina do Psol contra o governador de São Paulo.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, deve analisar o parecer. A investigação está sendo analisada pela PGR, que deve decidir se denúncia ou não os investigados. Na semana passada, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que um relatório complementar será apresentado nos próximos dias, com base em informações obtidas durante a Operação Contragolpe.

Tarcísio foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e se elegeu com o apoio do ex-presidente. Após o indiciamento, o governador defendeu o aliado. “Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos”, disse o governador em novembro de 2024.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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