A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta segunda-feira (27) pela manutenção da prisão preventiva do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. O parecer foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para a Procuradoria, Torres estava "ciente" da possibilidade de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
A Procuradoria considerou que existem "indícios consistentes" que evidenciam "condutas omissivas" do ex-secretário. Permanecem, portanto, inabalados os motivos da decretação de sua prisão preventiva, embasados na garantia da ordem pública, agora robustecidos com os novos elementos de prova", escreveu o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, que assina o documento.
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Torres após os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro por suposta omissão. Ele está preso desde 14 de janeiro, quando voltou dos Estados Unidos, onde passava férias com a família. No início deste mês, a defesa do ex-ministro da Justiça havia solicitado a revogação da prisão preventiva. Após o pedido, Moraes determinou que a PGR opinasse sobre o pedido antes de decidir sobre o tema.
"Ao sair do país, mesmo ciente de que os atos ocorreriam no dia 8 de janeiro, vislumbra-se que Anderson Gustavo Torres, deliberadamente, ausentou-se do comando e coordenação das estruturas organicamente supervisionadas pela pasta que titularizava, fator que surge como preponderante para os trágicos desdobramentos dos fatos em comento", diz a manifestação.
A PGR também citou no parecer a minuta encontrada na casa de Torres, que sugeria a instauração do estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições de 2022. O ex-secretário afirmou em depoimento à Polícia Federal que o documento seria descartado e que não tem qualquer fundamento legal.
No entendimento da PGR, "ao contrário do que o investigado [Torres] já tentou justificar, não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo Federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa".
"Por todo o exposto, o Ministério Público Federal, objetivando proteger a ordem pública e a instrução criminal (artigo 312, CPP), requer a manutenção da prisão preventiva de Anderson Gustavo Torres, ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, sem prejuízo de nova avaliação como avançar das investigações", afirmou Santos.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião