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Recurso

PGR tenta reverter decisão de Toffoli que beneficiou Marcelo Odebrecht

PGR recorre contra decisão de Toffoli que beneficiou Marcelo Odebrecht
PGR pede que ministro Dias Toffoli reconsidere decisão que anulou todos os atos da Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht. (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF.)

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu nesta terça-feira (4) da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli que anulou todas as decisões da Lava Jato contra o empresário Marcelo Odebrecht. No dia 21 de maio, Toffoli considerou que a força-tarefa e o ex-juiz Sergio Moro atuaram em “conluio” e tomaram medidas arbitrárias contra o empresário.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao ministro que reconsidere ou encaminhe o caso para julgamento no plenário da Corte. 

Em 2016, Marcelo fechou um acordo de colaboração premiada com a Lava Jato e admitiu o pagamento de propinas a centenas de políticos e agentes públicos por contratos. Toffoli manteve a validade do acordo de delação. 

Com a colaboração preservada pelo ministro, Gonet argumentou que não há que se falar em “nulidade dos atos processuais praticados em consequência direta das descobertas obtidas nesse mesmo acordo”. O procurador-geral afirmou que a defesa de Marcelo Odebrecht não conseguiu demonstrar irregularidade na delação.  

"A prática de crimes foi efetivamente confessada e minudenciada pelos membros da sociedade empresária com a entrega de documentos comprobatórios. Tudo isso se efetuou na Procuradoria-Geral da República sob a supervisão final do Supremo Tribunal Federal”, disse o PGR. 

"Os termos desse acordo não foram declarados ilegais e foram homologados, não pelo Juízo de Curitiba, mas pelo Supremo Tribunal Federal, tudo sem nenhuma coordenação de esforços com a Justiça Federal do Paraná”, disse Gonet.

Toffoli considerou mensagens obtidas pela Operação Spoofing na decisão

A decisão de Toffoli foi baseada nos diálogos obtidos durante a Operação Spoofing. Segundo o ministro, as conversas mostram que membros da Lava Jato como o ex-procurador Deltan Dallagnol e Moro, que hoje é senador, combinaram estratégias e medidas contra o empresário.

"A prisão do requerente, a ameaça dirigida a seus familiares, a necessidade de desistência do direito de defesa como condição para obter a liberdade, a pressão retratada pelo advogado que assistiu o requerente naquela época e que o assiste atualmente estão fartamente demonstradas nos diálogos obtidos por meio da Operação Spoofing, que se comunicam com os atos processuais colacionados aos autos em relação ao requerente", disse o ministro.

No recurso, a PGR defendeu que não cabe ao STF investigar supostos desvios na conduta de procuradores e juízes. “Se há vício na atuação de membros do Ministério Público e da magistratura na primeira instância, não há previsão constitucional para o conhecimento do assunto originariamente no STF”, disse Gonet.

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