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A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido de soltura do general Walter Braga Netto. A defesa do militar solicitou que a revogaçãoda prisão preventiva. A manifestação do PGR foi encaminhada nesta sexta-feira (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-ministro da Defesa foi preso no último dia 14 por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Braga Netto é alvo do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, que incluiria o assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Moraes.
A Polícia Federal apontou que o general teria tentado conseguir informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid e seria a peça-chave no planejamento do golpe. O ex-ministro foi preso preventivamente por suposta obstrução da investigação.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou que os fundamentos que embasam a ordem de prisão preventiva permanecem válidos, dessa forma "não há que se cogitar de sua revogação”. Moraes deve analisar o parecer e decidir sobre a manutenção ou não da prisão.
"As tentativas do investigado de embaraçar a investigação em curso denotam a imprescindibilidade da medida extrema, dado que somente a segregação do agravante poderá garantir a cessação da prática de obstrução", disse Gonet.
Na ordem de prisão, o ministro afirmou que as provas obtidas pela PF indicam “a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes, incluído o representado [Braga Netto]”.
Segundo a PF, o general repassou dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, que teria “sido obtido junto ao pessoal do agronegócio". O dinheiro seria usado para financiar a operação que tinha como objetivo prender ou matar Moraes.
A defesa de Braga Netto nega que ele tenha participado da suposta trama golpista. O novo advogado do militar, José Luís Oliveira Lima, também rejeita a possibilidade de uma colaboração premiada. “O general Braga Netto é um democrata, não participou de nenhuma reunião golpista”, disse Lima.