A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) piorou entre os deputados de acordo com a nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (22). O levantamento compara a relação dele com a Câmara entre agosto de 2023 e maio de 2024.
De acordo com a pesquisa, a avaliação negativa de Lula entre os parlamentares aumentou de 33% para 42%, enquanto que a positiva caiu de 35% para 32% – indicando uma tendência de piora na percepção. Também cresceu a sensação de que o Brasil está indo na direção errada, de 42% para 52%.
A pesquisa mostrou, ainda, que a maior parte dos deputados (43%) considera como negativa a relação entre o governo de Lula e o Congresso, enquanto que 33% veem como regular e 22% positiva. Veja abaixo mais detalhes do levantamento:
Para o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest, o levantamento reflete uma reclamação constante dos parlamentares, de que o presidente não toma a frente da articulação política.
“A maioria (64%) acredita que o governo dá menos atenção do que deveria, embora tenha crescido de 20% para 27% o percentual de deputados que afirmam que o governo dá a atenção devida a eles. Os parlamentares que passaram a ficar mais satisfeitos com o atendimento do governo nesse ultimo ano foram exatamente aqueles que se classificam como governistas. A relação com os independentes, no entanto, piorou”, aponta ao comentar a pesquisa.
A pesquisa Quaest ouviu 183 deputados federais (36% da composição da Câmara) entre os dias 29 de abril e 20 de maio. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro estimada é de 4,2 pontos percentuais.
Pouca atenção, mas pedidos atendidos
Ainda segundo Nunes, há um ponto “curioso” indicado pela pesquisa de que a maioria dos deputados reconhece já ter sido recebida por ministros do governo, embora afirme que há pouca atenção. “Entre os governistas, 92% já foram recebidos; entre os independentes 90%; na oposição 50% dos deputados já foram recebidos pelos ministros”, aponta.
A falta de uma interlocução e críticas inclusive públicas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), contra o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, levaram Lula a pedir várias vezes aos ministros que recebam os parlamentares. Lira chamou o articulador político do governo de "desafeto pessoal" e "incompetente".
As reclamações levaram Lula a determinar que os ministros atendam a convites do Congresso para prestarem explicações sobre os trabalhos desenvolvidos.
Apenas nesta quarta (22), por exemplo, comissões da Câmara vão receber Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). Também já passaram pela casa Nísia Trindade (Saúde) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).
Por outro lado, Felipe Nunes explica que deputados governistas e independentes – que dizem ter pouca atenção do governo – reconhecem que já tiveram pedidos atendidos nos encontros com ministros.
“Chama ainda mais atenção que os deputados reconheçam que seus pedidos tenham sido atendidos nesses encontros. Mesmo entre os deputados de oposição, há 18% que tiveram seus pleitos atendidos, entre independentes esse percentual chega a 44% e entre governistas a 65%”, pontua.
Ainda segundo o cientista político, um dos motivos é a falta de um interlocutor efetivo entre o governo e eles – 43% assim avaliam, enquanto que apenas 12% veem Padilha neste papel. Isso levou a uma queda no percentual de deputados que acreditam no avanço da agenda legislativa de Lula (56% para 47%) e aumento na dificuldade (37% para 47%).
“Se quiser ver alguma agenda aprovada, é bom o governo agir rápido. 80% dos deputados dizem que estarão muito envolvidos com as eleições municipais, o que deve esvaziar o plenário em Brasilia já em julho”, completa Nunes.
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