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Ação da Anacrim

Plenário do STF julgará ação contra lei das “saidinhas”, decide Fachin

Plenário do STF deve julgar ação contra lei das “saidinhas”, decide Fachin
Fachin levou ao plenário decisão sobre ação que contesta lei das "saidinhas" pela "relevância" do tema e para "segurança jurídica". (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF.)

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O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou nesta segunda-feira (10) que a ação da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim) contra a lei das “saidinhas” será julgada diretamente pelo plenário da Corte.

Fachin é o relator do caso e considerou que o tema deve ser analisado pelos 11 ministros da Corte, pois “ostenta evidente relevância e possui especial significado para a ordem social e para a segurança jurídica”.

A decisão de Fachin está amparada na Lei das ADIs (Lei 9.868/1999), que autoriza o julgamento da ação diretamente no mérito, sem prévia análise do pedido de liminar.

A Anacrim protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7663) para questionar a Lei 14.843/2024, que alterou a Lei de Execução Penal (LEP), proibindo as saídas temporárias para presos do regime semiaberto visitarem familiares.

Agora, apenas os detentos do regime semiaberto que estão cursando o supletivo profissionalizante, o ensino médio ou superior, podem deixar a cadeia temporariamente.

A entidade argumentou que a revogação da saída temporária viola o princípio da dignidade da pessoa humana, a obrigação de preservação das políticas públicas de reintegração social e o princípio do devido processo legal.

Congresso, Presidência e CNJ devem se manifestar

O relator também solicitou a manifestação e eventuais relatórios do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do Conselho Nacional de Justiça (DMF/CNJ), no prazo de dez dias.

Em seguida, a Presidência da República e o Congresso Nacional terão dez dias para prestar informações à Corte. Posteriormente, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) devem se manifestar, sucessivamente, no prazo de cinco dias.

OAB contesta lei das "saidinhas" no Supremo

Na semana passada, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acionou o Supremo contra a restrição das “saidinhas” para presos do semiaberto. A OAB pediu ao Supremo que suspenda a nova regra.

“A revogação dos dispositivos que permitiam a saída temporária para o convívio familiar e social não se coadunam com uma política de execução penal ressocializadora, tal como preconiza a Constituição Federal”, argumentou a entidade.

Congresso derrubou veto de Lula ao PL das "saidinhas"

O projeto de lei das “saidinhas” foi aprovado pelo Senado em 20 de fevereiro deste ano. Um mês depois, a Câmara concluiu a análise e aprovou as mudanças feitas pelos senadores no texto.

Contudo, em abril, o presidente Lula (PT) vetou parcialmente a proposta, derrubando as restrições aprovadas pelos parlamentares. O veto presidencial foi derrubado pelos parlamentares no dia 28 de maio.

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