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O ato pró-Bolsonaro realizado nesse domingo (25) teve tom conciliador, mas combativo. Com falas estrategicamente escolhidas e cartazes com mensagens comprometedoras eliminados a pedido da organização, o espírito cristão e familiar da direita conservadora predominaram.
Centenas de milhares de manifestantes se dirigiram à avenida Paulista, em São Paulo, para o evento que estava marcado às 15 horas, fazendo com que a via que é palco de atos políticos ficasse repleta de pessoas em toda a sua extensão. De acordo com a PM, 750 mil pessoas estiveram presentes e não “houve nenhuma ocorrência relevante”. Pela manhã, as cores verde e amarelo nas roupas dos manifestantes já começaram a aparecer no local e movimentaram os estabelecimentos da região.
Além de bandeiras do Brasil, alguns presentes traziam a bandeira de Israel nas costas em apoio ao país que sofreu críticas e foi comparado com os nazistas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gerando uma crise diplomática sem precedentes.
A expectativa de chuva anunciada pela previsão do tempo não se confirmou e, pelo contrário, o sol escaldante levou muitos presentes a passarem mal em meio à aglomeração de pessoas, precisando ser socorridos com o auxílio dos policiais militares e do corpo de bombeiros. O comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Vieira Salles, liderou as tropas, em uma clara demonstração de força raramente vista em manifestações na cidade.
Mais de 100 políticos, entre governadores, deputados e senadores estiveram presentes, consolidando as alianças da direita tanto para as eleições municipais que serão realizadas em 2024 quanto para as eleições presidenciais em 2026. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), cujo comparecimento era questionado por opositores, foi ao local, mas, assim como os outros, não teve protagonismo nos discursos.
Dois trios elétricos se posicionaram entre o Masp e a Fiesp. Um deles, com capacidade para 80 pessoas, foi palco dos discursos enquanto o outro serviu de base para os demais políticos e personalidades. O organizador Malafaia precisou intervir para apaziguar pessoas que desejavam subir no trio elétrico, barrando alguns devido à lotação do veículo.
STF, democracia, liberdade de expressão e morte de Cleriston
A morte de Cleriston Pereira da Cunha, preso devido ao 8 de janeiro, fez parte do discurso do organizador Silas Malafaia, que também defendeu Israel, criticou Lula, e questionou a diferenciação feita pela justiça das penas dadas aos apoiadores da direita e da esquerda.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, lembrou dos benefícios do governo Bolsonaro para a economia e para a credibilidade do país, fundamentais para atrair investidores, e disse em seu discurso, se dirigindo a Bolsonaro: "você não é mais uma pessoa, você representa um movimento".